Com o objetivo de fomentar discussões relativas às temáticas LGBTI+ no cenário
londrinense, o coletivo Movimento Construção inicia, realiza de 08 a 13 de maio de 2023, a
o “Quinto Encontro Diálogos sobre Políticas e Cultura LGBTI+”, evento que
abre uma série de ações que culminará na Parada Cultural LGBTI+ de Londrina,
programada para o segundo semestre de 2023. Esta ação faz parte do projeto de
circulação e difusão da sexta edição da Parada, contemplado pelo Programa Municipal
de Incentivo à Cultura – PROMIC. Serão cinco encontros com temáticas muito diversas,
que buscam colocar no foco das reflexões os assuntos mais atuais relacionados à
cultura LGBTI+, tais como a construção de afetividades decoloniais e antirracistas na
comunidade LGBTI+, as culturas indígenas LGBTI+ e a invisibilidade LGBTI+ na
produção literária brasileira.
O projeto, que conta com o patrocínio da Prefeitura Municipal de Londrina, é uma
realização do Coletivo Movimento Construção, com produção da produtora PÁ! Artística
e os apoios do grupo de pesquisa Entretons, DECO – Decolonialidade na Comunicação,
Programa de Pós-graduação em Comunicação da Universidade Estadual de Londrina,
Faculdade Pitágoras, New York Lounge Londrina e livraria Olga.
Programação
QUINTO ENCONTRO DIÁLOGOS SOBRE POLÍTICAS E CULTURA LGBTI+
DIÁLOGO 1 | POPULAÇÃO LGBTI+ E A CONSTRUÇÃO DE AFETIVIDADES DECOLONIAIS E
ANTIRRACISTAS
Na busca pelo reconhecimento e fortalecimento de suas identidades historicamente violentadas
por uma sociedade racista e eurocêntrica, a população negra LGBTI+ resiste, de diversas
maneiras: expressa seu orgulho, sua imagem, seu trabalho e seu pertencimento étnico por meio
do que podemos denominar como Cultura Preta LGBTI+. Neste caminho de resistência, deve-se
desconstruir padrões, conceitos e perspectivas impostos aos povos subalternizados durante
todos esses anos e construir espaços de afetividades decoloniais, latino-americanas e
antirracistas.
Data: 08 de maio de 2023 (segunda-feira)
Horário: 19h
Local: Auditório da Faculdade Pitágoras | R. Edwy Taques Araújo, 900 – Gleba Fazenda Palhano
Mediadora ANA CAROLINA RIBEIRO
Doutoranda no Programa de Pós-graduação em Letras da Universidade Estatual de Londrina.
Mestra em Comunicação, especialista em História da Arte e graduada em Artes Cênicas também
pela UEL. É professora colaboradora no Departamento de Música e Teatro da Universidade
Estadual de Londrina e na Escola Municipal de Teatro de Londrina – FUNCART.
BEATRIZ BATISTA SILVA
Mestranda no Programa de Pós-graduação em Sociologia da Universidade Estatual de Londrina.
Compõe o coletivo “Plenária de Mulheres Negras do Norte do Paraná”. Integra o Coletivo
nacional de pessoas pretas com deficiência “Quilombo PCD”. É ativista filiada ao Movimento
Negro Unificado de Londrina e membra do Conselho de Promoção da Igualdade Racial do
Município de Londrina. Compõe a Comissão de Homologação das Cotas Raciais da Universidade
Estadual de Londrina e do Município de Londrina.
EDDIE MANSAN
Ator, diretor de produção e curador cultural; bacharel em Artes Cênicas pela Universidade
Estatual de Londrina, Master I em Artes Plásticas pela Université Rennes 2 (França), especialista
em Gestão Cultural pelo Centro Universitário Senac e graduando em Direito pela Universidade
Estatual de Londrina. Atua no campo da gestão e produção cultural em Londrina. É sócio
proprietário da Sonelangeliso Produções e Babá Alabawy no Ylê Axé Ópó Omim I, Comunidade
Tradicional de Matriz Africana onde é responsável pelo departamento de relações jurídicas e
sociais para o desenvolvimento de ações sociais no campo da Saúde, Cultura e Educação.
DIÁLOGO 2 | REFLEXÕES CULTURAIS: CINEMA, COMUNICAÇÃO E A POPULAÇÃO LGBTI+
A busca por equidade de direitos pela população LGBTI+, para além das questões civis, também
compreende outros espaços de poder, como a cultura, a arte e a comunicação. E perguntas
surgem, entre elas como o cinema tem servido como espaço de reflexão e representação da
população LGBTI+? A produção cinematográfica tem exercido um papel relevante, até mesmo
de denúncia, quando se abordam processos históricos, sociopolíticos e culturais que reforçam o
preconceito e a discriminação. Mesmo na teledramaturgia, ainda carregada de estereótipos,
percebe-se a riqueza e a evolução das produções, empregando narrativas próximas às vivências
LGBTI+. Como, então, os processos culturais envolvidos nas artes e na comunicação servem ao
combate das violências sofridas pelas comunidades LGBTI+?
Data: 09 de maio de 2023 (terça-feira)
Horário: 19h
Local: Sala de Eventos 683 do CECA – Centro de Educação, Comunicação e Artes – UEL| Rodovia
Celso Garcia Cid, Pr 445, Km 380 – Campus Universitário – Portal de Versalhes III
Mediador RÉGIS MOREIRA
Comunicólogo social, jornalista, gerontólogo e poeta. Doutor pela ECA (USP) em Ciências da
Comunicação, é docente do Departamento de Comunicação da Universidade Estadual de
Londrina, onde atua como pesquisador na área de Comunicação Popular e Comunitária,
Decolonialidade, Envelhecimento, Gênero, Sexualidade e Teoria Queer. Pesquisador do
Entretons, da DECO (Decolonialidade na Comunicação) e do Observatório de Políticas Públicas
e Educação em Saúde.
FELIPE MACHADO
Psicólogo e mestrando no Programa de Pós-graduação em Psicologia da Universidade Estatual
de Londrina, no qual investiga performances de masculinidade em filmes pornográficos
brasileiros.
BRUNO AZZANIBRA BRAGA
Mestrando no Programa de Pós-graduação em Comunicação, no qual estuda infância, animação,
gênero e sexualidade. Graduado em Tecnologia de Design Gráfico pela Universidade Federal do
Paraná (UTFPR) e em Pedagogia pela Universidade Paulista (UNIP). Cofundador do projeto de
extensão Design Anima-Ação na UTFPR, teve obras de animação exibidas em festivais como o
MOVA Festival. Trabalha como motion designer e designer gráfico em projetos culturais,
produções audiovisuais e videoclipes, com incursões no mercado nacional e internacional. Atua
também como professor na rede pública de ensino. Sua última publicação é o capítulo de livro
“A Animação como Dispositivo às Criança Cuir”.
WESLEY COLATTI
Mestre em Comunicação pela Universidade Estadual de Londrina. É especialista em
Comunicação Empresarial e Marketing Digital pela Universidade do Oeste Paulista e bacharel
em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Faculdade de Comunicação Social
de Presidente Prudente – Facopp. Autor de “Incompletude: ou uma história sobre pitangas”,
publicado pela Editora Penalux e escritor da coletânea “Cidade Poesia”, do VI Prêmio Literário
de Bragança Paulista.
DIÁLOGO 3 | CULTURAS INDÍGENAS LGBTI+: DESAFIOS E PERSPECTIVAS
Os povos originários possuem uma rica cultura que, aos poucos, se perdeu com os processos de
colonização e escravização somados à imposição de uma cultura eurocêntrica e cristã. Hoje,
além de lutar por seu direito à terra, povos indígenas espalhados pelo país buscam também
manter suas culturas vivas. Como estas culturas se conectam com os indígenas LGBTI+? E como,
em outro movimento da espiral, estes preservam e transmitem sua arte para indígenas e não
indígenas?
Data: 10 de maio de 2023 (quarta-feira)
Horário: 19h
Local: Biblioteca Municipal de Londrina – Sala José Teodoro | Av. Rio de Janeiro, 413 – Centro
Mediador WAGNER ROBERTO DO AMARAL
Graduado em Serviço Social, mestre e doutor em Educação. Professor Associado do
Departamento de Serviço Social e do Programa de Pós-Graduação em Serviço Social e Política
Social da Universidade Estadual de Londrina. Membro da Comissão Universidade para Indígenas
(CUIA) da Universidade Estadual de Londrina e do Paraná. Participa da Cátedra Unesco em
Educação Superior e Povos Indígenas e Afrodescendentes na América Latina.
KRONUN KAINGANG
Indígena da etnia Kaingang. Mora na aldeia Água Branca, que fica localizada na Terra Indígena
Apucaraninha, na região norte do Paraná. É fotógrafo e cineasta indígena do povo Kaingang.
Membro do “Centro de Memória e Cultura Kaingang”. Participou da realização de 08 curtas
metragens junto ao grupo do CMCK. Organizador de um livro sobre a comunidade Kaingang e
suas memórias, chamado “Karynīnh ki Kahngág Ag Jykre Kãme” (“Os Kaingang do Apucaraninha
e suas Histórias”). Membro do movimento Nēn-ga, um coletivo intergeracional de resistência
política. Trabalha com lutas, danças e músicas tradicionais de sua etnia. Também é acadêmico
de Pedagogia na Universidade Estadual do Paraná – Campus Paranavaí. É LGBTI+ indígena da
etnia Kaingang, representando os seus no sul do Paraná.
DIÁLOGO 4 | CORPOS QUE PERFORMAM: A ARTE DRAG NA CULTURA LGBTI+
Alguns teóricos defendem que o termo drag seria uma abreviação do termo em inglês “dress as
a girl”, ou seja, vestido como uma garota, enquanto outros dizem que deriva do verbo inglês “to
drag”, que significa arrastar, em referência aos longos vestidos utilizados antigamente por
homens que se vestiam como mulheres. Certo é que tal movimento cultural, que hoje
conhecemos como a arte drag, foi incorporado à comunidade LGBTI+ como forma de resistência,
desde a década de 30, quando bares abriram seus palcos para performances lúdicas e pitorescas
de dublagem e atuações, quase sempre cômicas. E então, saltamos para a Revolta de Stonewall,
em 1969, ocasião na qual a arte drag foi uma das protagonistas. No Brasil não foi diferente:
durante o regime militar, este tipo de linguagem artística desafiou o sistema e foi proibido.
Atualmente, há um reconhecimento cada vez maior desta forma de arte na mídia e em espaços
comuns, não sendo mais limitada a homens gays performando; se expandiu os horizontes e
homens e mulheres heterossexuais e transexuais são corpos-outros que também performam.
Data: 11 de maio de 2023 (quinta-feira)
Horário: 19h
Local: New York Lounge Londrina | R. Rio Grande do Norte, 750 – Centro
Mediador AGUINALDO DE SOUZA
Ator, bailarino, performer, escritor, diretor de espetáculos, curador e professor de Letras e
Artes. Graduado em Filosofia pela Universidade Estadual de Londrina. Doutor em Literatura,
mestre em Literatura Comparada e graduado em Letras pela Universidade Estadual Paulista Júlio
de Mesquita Filho. Foi aluno e cumpriu os créditos no mestrado em Artes Corporais na Unicamp.
É professor do curso de Artes Cênicas da Universidade Estadual de Londrina. Dançou pelo Ballet
de Londrina de 2001 a 2008. Publicou os livros “O Corpo Ator” e “Dor e silêncio: performance e
teatro sobre o holocausto nazista”.
MORGANA MOON
Alan Moraes, a Morgana Moon, iniciou sua carreira em meio à dança, circo e militância política.
Apresenta sua arte drag em diversas casas noturnas, Paradas LGBTI+ e Marchas em Curitiba,
Jacarezinho e Londrina, além de congressos nacionais e eventos culturais.
HELGA HÄAGEN-DAZS
Armando Silva Vieira, a Helga Häagen-Dazs, é artista, professor e drag queen. Começou a se
conectar com o setor cultural e a militância por meio da arte drag e segue se apresentando em
casas noturnas, eventos e Paradas LGBTI+ em Londrina e região.
DIÁLOGO 5 | REFLEXÕES LITERÁRIAS: PENSANDO A INVISIBILIDADE LGBTI+
Quando se trata dos cânones da literatura brasileira, percebemos, ao investigar a história, que
falamos de um terreno onde persiste o protagonismo de autores masculinos hétero-cisnormativos em relação a grupos como o das mulheres, dos indígenas, dos negros e da
comunidade LGBTI+; estes, quase sempre, foram representadas pelos olhos do outro. A proposta
aqui é pensar a literatura brasileira LGBTI+, os processos de invisibilidade de tal produção e as
formas de resistência dos escritores de nossa comunidade.
Data: 13 de maio de 2023 (sábado)
Horário: 15h
Local: Olga | A livraria da cidade | R. Pio XII, 313 – Centro
Mediadora KAREN DEBÉRTOLIS
Escritora, publicou “Mapas Sutis” pela Editora Patuá, “Prosa de palavras”, pela Rubra Cartonera,
“A Estalagem das Almas”, pela Travessa dos Editores, “Guardados” pela Atrito Art e
“Calidoscópio”, edição de autora. Gravou o CD de spoken word “A Mulher das Palavras”, que se
desdobrou em uma performance poética. O clipe da composição “Manhãs”, do CD “A Mulher
das Palavras”, obteve o 4º lugar no 4º Prêmio Poesia em Vídeo da Fliporto 2010, em Recife –
Pernambuco. Participou de diversas antologias, em que se destacam: “Brazilian Women Poets
In Translation” (bilíngue), da Editora Venas Abiertas e “As Poetas Mulheres na Literatura
Brasileira”, da Arribaçã Editora. É verbete no “Dicionário Crítico de Escritoras Brasileiras”,
organizado por Nelly Novaes Coelho. Participou de eventos nacionais e internacionais como o
MARXE — Festival Internacional de Videopoesía 2022, em Vigo, na Espanha, com o videopoema
“Folhas da Resistência”; a “Residência Atelier Poético” da Organização dos Estados Iberoamericanos (OEI Espanha/Portugal), que em 2022 reuniu 17 poetas de língua portuguesa e
espanhola; o “Circuitos de Criação Literária e de Autores” do projeto Arte da Palavra do Sesc; e
a programação da “Rádio Documenta 14”, da Documenta de Kassel 2017, na Alemanha.
RICARDO DALAI
Poeta, escritor e doutor em Estudos literários pela Universidade Estadual de Londrina, com
estágio sanduíche na Universidade de Barcelona, na Catalunha (Espanha). É professor do
Departamento de Teorias Linguísticas e Literárias da Universidade Estadual de Maringá e é
membro do GT Dramaturgia e Teatro da Associação Nacional de Pós-graduação e Pesquisa em
Letras e Linguística. Possui poemas e contos em coletâneas e livros didáticos e publicou os livros
infantojuvenis “O príncipe atrasado: uma paródia teatral de contos de fadas”, “Histórias bemcontadas: contos da tradição popular brasileira”, “Nove lendas urbanas aterrorizantes” e
“Fábulas de Esopo”, todos por editoras londrinenses e aprovados no Programa Nacional do Livro
Didático. Publicou no ao passado seu primeiro romance adulto, “Trinta e três”, pela editora
Patuá, uma autoficção de temática homoafetiva que explora a relação entre desejo, religião e
culpa.
CAMILA MOSSI
Escritora e doutora em Letras pela Universidade Estadual de Maringá. Autora dos livros “Agora
Sapiens”, “O silêncio é sempre externo” e “Anticonstitucionalissimamente”, agraciado com o
primeiro lugar na categoria Contos e Crônicas no Outras Palavras – Prêmio de Obras Literárias
do Governo do Paraná. Trabalha com projetos de incentivo à leitura e ministra formações em
Escrita Criativa.
Fonte – Assessoria do evento