Atividade é gratuita e acontece entre os dias 1º de agosto e 02 de setembro de 2022
A partir da próxima segunda-feira (1º), pesquisadores promovem exposição intitulada “Juventudes e Participação” na Universidade Estadual de Londrina (UEL). Fábio Lanza, professor do Departamento de Ciências Sociais, explica que a atividade expressa o primeiro resultado de uma série de trabalhos desenvolvidos por estudantes e docentes no âmbito dos projetos de pesquisa: “Documentos inéditos dos arquivos do SNI [Serviço Nacional de Inteligência] Paraná” e “Opening the Archives”, contemplando, assim, documentos desclassificados pela CIA [Agência Central de Inteligência] dos Estados Unidos.
“A exposição ‘Juventudes e Participação’ traz ao público documentos inéditos produzidos por agentes do estado brasileiro e agentes vinculados aos Estados Unidos que investigaram e colaboraram com o silenciamento de cidadãos brasileiros, movimentos sociais e de todos aqueles que sofreram perseguição e repressão durante o período da ditadura militar no Brasil”, pontua.
A equipe de pesquisadores possui apoio da Fundação Araucária e Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). O recurso foi obtido após processo de seleção via editais públicos. A atividade também está vinculada ao Laboratório de Estudos sobre Religiões e Religiosidades (LERR), Núcleo de Documentação e Pesquisa Histórica (NDPH) e Programa de Pós-Graduação em Sociologia (PPGSOC), todos vinculados a UEL.
O evento é aberto a todos, seja público interno (estudantes, professores e demais servidores) e comunidade externa. Os documentos, juntamente com uma mostra audiovisual, ficarão disponíveis até 02 de setembro, na réplica da primeira catedral de Londrina, localizada no campus da UEL. É possível visitar a exposição no período da manhã, das 09h30 às 12h ou nos turnos da tarde e noite a partir das 13h até às 19h30 (o horário poderá sofrer alterações a partir da segunda semana). A atividade é gratuita e não há necessidade de inscrição prévia. Contudo, em caso de visitas em grupo, os organizadores pedem para que sejam agendadas através do e-mail: arquivos.uel@gmail.com
José Wilson Assis Neves Júnior, cientista social, atualmente pós-doutorando no PPGSOC/UEL e pesquisador colaborador do Departamento de Ciência Política da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) informa que a finalidade do evento é disponibilizar resultados obtidos a partir de pesquisas realizadas, destacando a participação de jovens e do movimento estudantil no Paraná na resistência aos anos de chumbo.
“Nosso enfoque principal será a valorização das articulações estudantis no estado do Paraná, evidenciando o papel da juventude paranaense no processo de luta e questionamento do regime ditatorial, assim como indicar as distintas formas de repressão e coerção impostas a essa juventude em decorrência do posicionamento que assumiram”, ele acrescenta.
Conhecimento para a população e combate ao autoritarismo
Neves Júnior ressalta que a exposição tem como premissa a integração dos pilares: ensino, pesquisa e extensão, eixos indissociáveis nos currículos das universidades brasileiras. Isto quer dizer que é responsabilidade das instituições de ensino superior promover atividades voltadas ao ensino como aulas, monitorias, atividades em laboratório, entre outras, também criar ações dedicadas à pesquisa: iniciação científica, participação em grupos de estudos, oferta de cursos de especialização, mestrado, doutorado, por exemplo.
Cabe também aos espaços acadêmicos realizar atividades extensionistas. Estabelecida pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 1996 (Lei 9.394), esta busca fortalecer as relações entre as universidades e a população em geral através das trocas de conhecimento, ou seja, as instituições de ensino superior difundem saberes criados em diferentes áreas e prestam serviços que possam contribuir para melhoria da qualidade de vida. A comunidade, por sua vez, compartilha suas experiências de modo que elas sejam valorizadas pelos ambientes universitários bem como atua na defesa da educação, visto o reconhecimento dos benefícios que ela oferece para a sociedade.
Neste sentido, o pesquisador assinala que frente à ascensão de discursos negacionistas e revisionistas sobre a ditadura militar no Brasil, é papel da universidade desmestificá-los, cooperando, assim, para a defesa das instituições democráticas. “Acreditamos na relevância da prática extensionista que exponha os resultados das pesquisas acadêmicas que desenvolvemos, especialmente quando consideramos a conjuntura brasileira contemporânea que é marcada por constantes tentativas de revisionismo e negacionismo dos crimes cometidos pela ditadura militar brasileira. Assim, esperamos contribuir para o fortalecimento da democracia no país e com a difusão do conhecimento científico na sociedade brasileira”, afirma.
Serviço
Exposição “Juventudes e Participação”
Local: Réplica Primeira Catedral de Londrina – Campus UEL
Período: 1º de agosto a 02 de setembro de 2022
Horário: Manhã (das 09h30 às 12h); tarde e noite (das 13h às 19h30)
Entrada gratuita
Mais informações: arquivos.uel@gmail.com