Representando o Movimento Justiça Por Almas – Mães de Luto em Luta, estiveram em Brasília as londrinenses Haydee Mello e Marilene Ferraz da Silva Santos
O Movimento Justiça Por Almas – Mães de Luto em Luta, que reúne familiares de pessoas mortas pela polícia em Londrina e região, participou de uma audiência pública na Câmara dos Deputados, no dia 11 de dezembro de 2024, na qual foi discutido o tema “A Situação das Famílias Atingidas pela Violência Policial em todo o País”.
Haydee Mello e Marilene Ferraz da Silva Santos viajaram a Brasília representando o movimento. A primeira é tia de William Jones Faramilio da Silva Junior, morto pela Polícia Militar em frente à Universidade Estadual de Londrina no dia 6 de maio de 2022, com 18 anos de idade. E a segunda é mãe de Davi Gregório Ferraz dos Santos, que tinha apenas 15 anos quando também foi morto pela PM, no dia 22 de julho do mesmo ano.
A audiência foi conduzida pelo presidente da Comissão de Legislação Participativa, o deputado federal Glauber Braga, do PSOL do Rio de Janeiro. Também participou do evento o deputado federal paranaense Tadeu Veneri (PT).
“Meu sobrinho tinha 18 anos e o amigo dele tinha 23. Não foi uma abordagem. A polícia simplesmente emparelhou ao lado do carro deles e disparou 50 tiros de pistola e fuzil”, contou Haydee Mello, cujo sobrinho foi morto junto com o amigo Anderbal Campos Bernardo Júnior, de 21 anos. Um terceiro jovem sobreviveu apesar de ferido. “Temos o depoimento do sobrevivente que dá detalhes da truculenta ação dos policiais e como foram plantadas três armas no cenário da execução”, descreveu a tia.
Ela explicou que, no início de 2024, apesar dos indícios de execução, o Ministério Público em Londrina decidiu pelo arquivamento do caso e a família teve de contratar peritos particulares para reverter essa decisão. Em segunda instância, o MP não só mandou aprofundar as investigações como adiantou que, no mínimo, houve excessos doloso na atuação da PM no caso.
Haydee foi convidada para participar da mesa da audiência junto com Sueidy Marilia Ferreira, mãe do adolescente Davi Silva, morto pela PM de Ananindeua (PA) no dia 25 de outubro de 2023.
No total, nove pessoas de várias partes do País relataram as mortes de seus familiares, a maior parte por meio de videoconferências.
A londrinense Marilene Ferraz da Silva Santos fez seu relato da plateia a convite do deputado Glauber Braga. “Todos os setores desse mundo têm avançado, menos a área de segurança pública. Nós devemos regredir aos primórdios da civilização, onde pessoas eram executadas?”, questionou ela. “Meu filho recebeu quatro tiros pelas costas e mais onze pelo corpo.”
Veja o relato completo de Marilene:
Fonte: Rede Lume de Jornalistas