Mês curto, com apenas 24 dias úteis, fevereiro se mostrou um bom período para os trabalhadores brasileiros.
Segundo o Caged (Ministério do Trabalho e Emprego), foram criados 306 mil postos formais, com Carteira assinada.
Outra boa notícia nos dá o Dieese, no Boletim “De Olho nas Negociações”, de março. O informativo registra que as negociações coletivas avaliadas alcançaram resultados 88% acima da inflação – em dezembro, eram 83,9%: em janeiro, 85,7%.
Segundo o Dieese, por segmento econômico, é na indústria que está o maior índice de ganhos reais. Ou seja, 88,9%.
Razões – Economista do Dieese e professor universitário, Rodolfo Viana saúda os avanços, mas ressalva que é preciso melhorar o padrão de desenvolvimento nacional.
Ele avalia: “A economia precisa elevar seu patamar de qualidade, pra manter o crescimento e agregar novos avanços. Falta-nos, por exemplo, gerar mais empregos de nível técnico”.
O economista, que responde pela subseção do Dieese nos Metalúrgicos de Guarulhos e Região, observa: “Empregos de nível técnico ensejam ganhos de produtividade. Tais ganhos possibilitam melhorar o padrão salarial e de renda, em geral”.
Mas o sindicalismo, sozinho, não tem força pra puxar essa fila. O professor menciona ganhos efetivos no salário mínimo e em programas inclusivos, como o Bolsa-Família. Para Rodolfo Viana, “precisamos elevar nosso patamar de desenvolvimento”. Isso, ele diz, se faz com indústria forte. E completa: “Uma indústria pujante, com maior produtividade, tem capacidade pra puxar os demais setores, gerando melhorias gerais no padrão nacional de desenvolvimento”.
Num ambiente de crescimento do emprego e maior produtividade, Rodolfo Viana vê, por exemplo, oportunidade para que haja redução da jornada, como pleiteia o sindicalismo, há décadas.
Fonte: Agência Sindical