Por Arilson Chiorato, deputado estadual e presidente do PT-PR
O Brasil vive um roteiro de filme de terror. “Fantasmas” eliminados há tempos, como a fome, a pobreza, a evasão escolar, o desmatamento e a inflação descontrolada, voltam a atormentar os brasileiros. Só para ter uma ideia a fome voltou a patamares dos anos de 1990, a inflação a índices de 2003, a evasão escolar a 2006 e o desmatamento a 2008.
As políticas públicas de inclusão social dos governos Lula e Dilma, reconhecidamente, reduziram de forma significativa as principais mazelas do Brasil. Tanto é que a Organização das Nações Unidas (ONU), em 2014, tirou o nosso Brasil do Mapa da Fome. Porém, em 2022, uma pesquisa realizada pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (PENSSAN) mostrou que 33 milhões de brasileiros vivem atualmente em situação de insegurança alimentar, o que representa 15% da população.
É verdade que a fome é um problema crônico em nosso país – mesmo sendo um dos maiores produtores e exportadores de alimentos -, assim como a desigualdade social, mas não justifica o retrocesso. Lula e Dilma já provaram que é possível garantir comida na mesa dos brasileiros, é possível um teto para os brasileiros, é possível ter uma economia estável, é possível cuidar do meio ambiente, é possível manter nossos jovens na escola.
Essas ações são fruto de uma política pública transversal, ramificada e bem orquestrada que distribuiu renda e permitiu que as pessoas pudessem passar a ter outras preocupações, outros objetivos que não fossem o de conseguir um prato de comida, porque este já era realidade.
O jogo político, por outro lado, que tem o lucro de poucos acima do bem-estar da nação, empurra o Brasil, o nosso Brasil, ao abismo da pobreza, da violência, da evasão escolar… os números estão aí e falam por si.
O mais trágico nesse enredo é que a pessoa que hoje senta na cadeira mais importante do país não tem nenhum compromisso com o combate às desigualdades e opressões, pelo contrário, tem opinião avessa às necessidades humanas.
E não adianta tentar argumentar que a pandemia é a única responsável pela miséria que se alastra. É culpa também da má gestão da pandemia que permitiu milhões de brasileiros não ficassem sem ter o que pôr no prato.
A pandemia certamente dificulta e contribui para o aprofundamento das desigualdades, especialmente em um país onde as leis trabalhistas são enterradas dia após dia, onde o aumento do trabalho informal é considerável, onde os recursos para saúde são reduzidos.
Não ouso ignorar as dificuldades que esta doença e suas consequências influem sobre todos, mas é inegável que a forma como a pandemia foi gerida nos trouxe ao resultado catastrófico desta pesquisa e a volta de velhos fantasmas.
Entretanto, sabemos que é possível voltar a sorrir de novo e, em breve!