Constituído pela CUT, junto com centrais brasileiras e de países amazônicos, fórum foi lançado em Manaus, nos dias 28 e 29/08, com a missão de colocar trabalhadores no centro dos debates sobre a Amazônia
Realizado nos dias 28 e 29 de agosto, em Manaus (AM), o seminário de fundação do Fórum Sindical Pan-Amazônico, oficializou a atuação da CUT junto com centrais sindicais brasileiras e de países amazônicos na missão de inserir como prioridade os trabalhadores e trabalhadoras da região nos diversos debates feitos sobre a Amazônia.
A atuação do Fórum será fazer o tema “trabalho” incidir diretamente nas discussões sobre a Amazônia, sendo prioridade para que se reflita nas políticas públicas da região, sejam nacionais ou as plurinacionais – comuns a todos os países participantes – e que também tenha atenção do setor empresarial que explora a região.
Leia mais: Fórum sindical exigirá que o tema trabalho faça parte dos debates sobre a Amazônia
Reunidas no seminário, a CUT e os representantes das centrais brasileiras e de países amazônicos (veja a relação abaixo), assinaram um manifesto sobre a luta a ser articulada a partir da instituição do Fórum.
“O Fórum Sindical Pan-Amazônico, que estamos fundando neste evento, se propõe a unificar as centrais sindicais da região, promovendo ações estratégicas em defesa da Amazônia e dos seus trabalhadores/as. Defendemos a soberania e a autodeterminação dos povos, além da livre circulação de trabalhadores/as e a integração fronteiriça, entendendo a migração como uma oportunidade decisiva de desenvolvimento socioeconômico. Temos compromissos com uma nova governança global baseada em direitos universais, na promoção da paz e da justiça social – com organismos multilaterais democráticos e comprometidos com essa agenda”, diz trecho do documento.
Para o secretário de Relações Internacionais da CUT, Antônio Lisboa, a criação do Fórum é um marco na atuação sindical, já que as questões que envolvem a Amazônia estão ‘na ordem mundial dos debates’.
“A constituição de um Fórum dessa magnitude traduz toda a força e toda a importância da atuação do movimento sindical em defesa dos trabalhadores e das trabalhadoras. Neste caso, a pauta da classe trabalhadora da região amazônica requer a articulação e a união entre as entidades representativas de trabalhadores, porque os problemas enfrentados são comuns aos países da região”, explica Lisboa.
O dirigente ainda afirmou que o lançamento do Fórum foi um evento importante, com dois dias de debates intensos “que servirão para uma melhor integração do movimento sindical para a região”
Debates:
Durante os dois dias de seminários, vários temas relacionados à Amazônica foram colocados em discussão para que caminhos fossem apontados, dentro do objetivo do Fórum.
Entre esses temas, a expectativa para a integração sindical, o cenário econômico e social da região, com participação de Everton Costa, técnico do Dieese, além da visão do movimento sindical para uma Transição Justa e os preparativos para a COP 30.
Além de Antônio Lisboa, a mesa de abertura, no primeiro dia contou com a participação presencial de importantes lideranças como a diretora da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica, Vanessa Grazziotin; a Superintendente Regional do Trabalho no Amazonas, Maria Francinete Lima e a procuradora do Ministério Público do Trabalho, Raquel Pimenta.
Ainda na abertura, estiveram presentes Ivan Gonzalez, representante da Confederação Sindical das Américas (CSA); Valdemir Santana, presidente da CUT Amazonas; e representantes de entidades parceiras, como Gonzalo Martinez, do Solidarity Center; Sabina Breveglieri, da central sindical italiana CGIL; Sebastian Muñoz, da War on Want; e Mecki Hamed Guerrero, da UGT, central sindical da Espanha.
Também participaram dos debates, a Secretária de Meio Ambiente da CUT, Rosalina Amorim, o representante Regional da Internacional de Trabalhadores da Construção e da Madeira (ICM) para América Latina, Nilton Freitas, a presidenta da CUT Pará, Vera Paoloni e outros representantes de sindicatos amazonenses.
O evento de lançamento, além do manifesto, elegeu ainda a primeira coordenação do Fórum com mandato até a COP 30, a ser realizada em 2025, em Belém, no Pará.
Paola Granda, da CAT Peru, é a coordenadora geral; Edwin Ramirez da CEDOCUT Equador é coordenador financeiro; Maria Rosalba da CUT Colômbia é a coordenadora executiva; e Maria de Jesus da CUT Brasil é a secretária executiva.
Centrais sindicais integradas no Fórum:
Brasil:
- CUT – Central Única dos Trabalhadores
- UGT – União Geral dos Trabalhadores
- CTB – Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil
- Força Sindical
- NCST – Nova Central Sindical de Trabalhadores
Peru:
- CAT Perú: Central Autónoma de Trabajadores del Perú
Bolívia
- Central Operária Boliviana
Venezuela:
- Central de Trabajadores/as Alianza Sindical Independiente (ASI Venezuela)
- CBST – Central Bolivariana Socialista de Trabalhadores da Venezuela)
Colômbia:
- CTC – Confederación de Trabajadores de Colombia
- CGT – Confederación General del Trabajo Colombia
- CUT – Central Unitária de Trabajadores de Colombia
Equador:
CEDOCUT – Confederación Ecuatoriana de Organizaciones Clasistas Unitarias de Trabajadores
Fonte: CUT Brasil