Para apresentar as propostas ambientais do mandato e sugerir ações, o deputado estadual Goura (PDT), se reuniu, nesta segunda-feira (12), com o diretor-presidente da Sanepar (Companhia de Saneamento do Paraná), Claudio Stabile.
“Foi uma reunião na qual tratamos de temas que são relacionados às atividades fins da Sanepar e que podem ter projetos e iniciativas apoiados pela companhia”, comentou Goura.
Para o diretor-presidente da Sanepar, a iniciativa do deputado Goura é pertinente com as atividades da empresa e as propostas devem ser analisadas com cuidado e atenção. “Algumas das ideias apresentadas já estavam na nossa pauta de ações e só precisam ser encaminhadas”, disse Stabile.
Uma das propostas que poderia ser adotada pela Sanepar seria a ecobarreira, que é uma estrutura instalada transversalmente em rios que permite o bloqueio do escoamento dos resíduos flutuantes como materiais plásticos e descartáveis entre outros.
“Já tínhamos sugerido à Sanepar a adoção das ecobarreiras como uma forma de ação de proteção e recuperação ambientais dos nossos rios”, comentou Goura.
Ele lembrou que o ativista Diego Saldanha criou uma ecobarreira nos fundos da sua casa, no Rio Atuba, na divisa entre Curitiba e Colombo. “A ecobarreira é uma iniciativa que deveria ser replicada em todos os nossos rios”, disse.
Stabile disse que a proposta das ecobarreiras pode sim ser adotada pela empresa e determinou que se recupere como está o processo para que a Sanepar instale o dispositivo. “É projeto simples e de baixo custo que a empresa pode incorporar como uma das suas ações ambientais”, disse ele.
Aterros sanitários do Litoral
No início da conversa, o deputado Goura apresentou sua preocupação com relação ao fim dos lixões, que de acordo com Plano Nacional de Resíduos Sólidos, devem acabar em 2024, que funcionam como “aterros sanitários” no Litoral Paranaense.
“Nossa preocupação é com a situação do tratamento e destinação dos resíduos sólidos no nosso litoral. São municípios que enviam os resíduos para o aterro de Paranaguá, além do de Guaratuba, que já está no limite. Sugerimos que a Sanepar participe da solução deste problema ambiental”, afirmou Goura.
O diretor-presidente da Sanepar disse que a empresa tem expertise na área. “Temos aterros operando em Apucarana, Cianorte e Cornélio Procópio. E podemos, sim, participar de soluções para o Litoral Paranaense”, afirmou Stabile.
Goura lembrou que a situação é bem grave, como no município de Guaraqueçaba. “Poderíamos ter um litoral Lixo Zero, especialmente nas ilhas. Queremos que a Sanepar seja parte da solução desse processo”, disse o deputado.
Bebedouros públicos
Outra sugestão apresentada foi a de instalação de bebedouros em espaços públicos como praças, parques e outros que recebem visitantes e que não têm acesso à água potável de forma gratuita nesses lugares.
“O problema para a instalação desses equipamentos depende de parcerias com os municípios. Se depender da companhia podemos disponibilizar nos espaços públicos água potável para consumo das pessoas”, afirmou o diretor-presidente da Sanepar.
Quilombolas do Vale do Ribeira
O deputado apresentou a demanda das comunidades quilombolas do Vale do Ribeira para o fornecimento de água pela Sanepar. O diretor da Sanepar disse que a companhia vai estudar o assunto e avaliar possíveis soluções.
“Os quilombolas da região afirmam que os mananciais estão secando por conta das plantações de pinus na região e que por isso estão enfrentando escassez de água”, informou Goura.
Recuperação mata ciliar
Goura lembrou ao diretor-presidente da Sanepar da Lei 20.672/2021, que prevê a recuperação da mata ciliar nas áreas dos reservatórios e rios contribuintes. “A Sanepar precisa fazer valer essa lei”, disse o deputado. O que foi prontamente aceito por Stabile.
“Essa lei é importante e sou muito favorável à sua aplicação. A ideia de mutirões de plantio é muito interessante, além dos efeitos práticos, são momentos de educação ambiental importantes “, disse Stabile.
Outros temas tratados na reunião foram sobre a prática esportivas e de lazer nos reservatórios administrados pela empresa; sobre a poluição no Rio Iguaçu (Reserva Hídrica do Futuro); Pagamento por Serviços Ambientais (PSA) e a questão da proliferação das PCHs e CGHs e os conflitos entre os múltiplos usos de recursos hídricos.
Também foi tratado sobre o papel dos Comitês de Bacias Hidrográficas do Paraná e a participação da Sanepar para que sejam efetivados na prática, com a elaboração de Planos de Bacia qualificados e participativos. “Atualmente, das 11 bacias, só três têm Planos de Bacias efetivados”, alertou Goura.
Fonte: Assessoria Parlamentar