Apesar da revolta de militares e bolsonaristas, o governo alegou dificuldades logísticas para o cancelamento
O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) não participará mais do desfile oficial do Dia da Independência, que ocorrerá no dia 7 de setembro, na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. A decisão foi confirmada pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom) à Revista Fórum.
Inicialmente, representantes do MST estavam previstos para compor o desfile como parte de um grupo que simbolizaria a sociedade civil, especialmente aqueles que contribuíram para a reconstrução do Rio Grande do Sul após as enchentes recentes que afetaram o estado. A participação do movimento seria uma homenagem aos esforços de solidariedade durante as catástrofes.
Contudo, a inclusão do MST em um evento vinculado às Forças Armadas e com um caráter patriótico gerou forte reação de bolsonaristas e setores militares, que manifestaram descontentamento com a presença do grupo. Diante da pressão, o governo Lula decidiu cancelar a participação, alegando questões logísticas como justificativa oficial, sem mencionar diretamente as críticas e polêmicas.
Em nota, a Secom esclareceu que “foi cogitado convidar entidades da sociedade civil do Rio Grande do Sul envolvidas em ações solidárias, mas, devido à dificuldade de logística, isso não se concretizou”.
Membros do MST confirmaram que foram informados pelo governo sobre as dificuldades técnicas. O movimento foi inicialmente avisado de que teria dois representantes no desfile, junto a integrantes de outras nove organizações da sociedade civil. A decisão de cancelamento, embora oficialmente atribuída a problemas logísticos, deixou no ar o impacto das pressões políticas na condução do evento.
Fonte: Brasil 247