Quatro estados já paralisaram as atividades, e outros 17 paralisam no início do mês
Por Mayala Fernandes – Brasil de Fato/Paraná
Os servidores federais do setor do meio ambiente iniciaram na segunda-feira (24) uma greve que deve abranger 21 estados até o dia 1º de julho. No Paraná, os servidores decidiram paralisar as atividades a partir do início do próximo mês.
Paraíba, Pará, Acre e Rio Grande do Norte foram os primeiros estados a aderir à greve. Funcionários do Ministério do Meio Ambiente (MMA) em Brasília também iniciaram a paralisação.
Além deles, a Associação dos Servidores do Ministério do Meio Ambiente (ASSEMMA) também aprovou a paralisação, enquanto apenas a assembleia de servidores no Ceará votou contra.
A greve envolve funcionários do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Serviço Florestal Brasileiro e MMA. Algumas atividades essenciais serão mantidas sob regime especial, principalmente aquelas relacionadas a emergências.
Proposta rejeitada
As negociações com o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) já duram seis meses sem progresso. Segundo a Associação Nacional dos Servidores Ambientais (Ascema), a proposta do MGI foi “rechaçada em 100% das assembleias” das entidades locais, pois não atendeu a “nenhum dos principais pontos” reivindicados.
Desde janeiro de 2024, a paralisação gradual dos servidores ambientais resultou na redução de autos de infração e multas aplicadas, além de impactar negativamente as análises de licenciamento ambiental.
A última contraproposta da categoria foi rejeitada pelo governo, que manteve sua proposta anterior. A Ascema Nacional criticou essa medida por representar uma redução salarial de 4% a 6% para novos servidores, considerando-a um encerramento das negociações.
“Para quem vai entrar na carreira, a tabela remuneratória de nível superior é pior do que a atual nos primeiros 15 anos, tornando a área ainda menos atrativa, colocando em risco o futuro da gestão ambiental no país”, afirmou o comunicado da categoria.
Outro ponto de discordância é a criação de uma gratificação de localização, que beneficiaria apenas uma minoria de servidores, deixando a maioria sem compensação adicional pelos riscos e desafios diários.
A categoria está mobilizada desde janeiro por reestruturação de carreira e valorização salarial, criticando a postura do governo nas negociações com o MGI. Entre as principais reivindicações está a equiparação salarial com as carreiras de nível superior da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), que, no passado, fazia parte do Ibama. Após a separação, segundo a Ascema, servidores da ANA têm salário inicial maior que o final da carreira de especialista em meio ambiente.