João Castro, estudante de Letras, denuncia que cursos do departamento podem ser interrompidos por falta de docentes
Os estudantes da Universidade São Paulo (USP) resolveram decretar greve a partir desta quinta-feira (21). Eles denunciam a escassez de professores e precariedade na relação de ensino e aprendizagem dentro da instituição.
A mobilização começou pelo departamento de Letras, na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH), na última segunda-feira (18). Segundo os alunos, alguns cursos estão com a existência ameaçada por falta de professores. É o caso da habilitação em coreano, que não ofertará vagas em 2024 por falta de professores.
Ainda de acordo com os estudantes, outras habilitações em Letras, como italiano, espanhol e alemão, também estão sofrendo o impacto da falta de docentes. O cenário também se expande para outras áreas da USP e atinge graduações afins com as áreas de ciências humanas.
João Castro, estudante do curso de Letras, acredita que este problema é resultado do modelo político adotado pela administração da universidade, que é vinculada ao governo do estado de São Paulo.
“Existe uma política sistemática de desmonte dentro das faculdades de ciências humanas, em detrimento de cursos como administração, economia, que fazem uma inserção dentro do mercado financeiro”, revelou o estudante.
Ele participou do programa Central do Brasil desta quarta-feira (20) e analisou o impacto da escassez de professores na formação dos estudantes.
“Cursos, como a habilitação em coreano, que só existe aqui na universidade e até com parceria com o governo da Coréia, não vão ser mais oferecido pela falta de docentes, O curso de Letras sofre com o déficit de mais de 100 professores, que vem se arrastando desde 2014 com sucessivas políticas da reitoria de não abrir concursos, fazendo uma política de contratações temporárias que só precariza a profissão do professor universitário e atrapalha quem realmente quer se graduar”, denunciou.
A entrevista completa você confere na edição desta quarta-feira do Central do Brasil no canal do Brasil de Fato no YouTube
Fonte: Brasil de Fato