Movimento prestará solidariedade e ouvirá propostas da chamada “não-cidade” de Londrina
Acontece amanhã, no feriado de 7 de setembro, a 28ª edição do Ato “Grito dos Excluídos e Excluídas”. O movimento popular ganha força em todo o país e, na cidade de Londrina, é coordenado pelo Padre Dirceu Fumagalli, líder das pastorais sociais da cidade.
A primeira edição do Grito foi em 1995 e desde então acontece sempre no feriado da Independência, pois a proposta do movimento é questionar e denunciar as diversas desigualdades no Brasil e propor uma reflexão, que também virou o lema do Ato: “Brasil: 200 anos de (in)dependência. Para quem?”. O Grito reúne igrejas, diversos movimentos sociais e qualquer pessoa ou grupo que esteja comprometido com a causa dos excluídos.
Em entrevista ao Portal Verdade, o Padre Dirceu Fumagalli comentou que o movimento quase sempre está presente no desfile cívico-militar como forma de reivindicar seu espaço político, porém, esse ano o comitê organizador decidiu não participar. Isso porque as questões políticas na cidade (e no país como um todo) estão muito tensionadas.
“Nós temos uma outra cidade, que a cidade de Londrina não reconhece, que são as ocupações. Essa ‘não-cidade’ trabalha e constrói a cidade. Ela presta serviços para Londrina, só que ela não é reconhecida”, observou.
O ato se inicia logo cedo com um café da manhã solidário, às 8h na Paróquia Santa Cruz. Mais tarde, às 9h, haverá uma concentração na praça em frente à Paróquia, onde será feita a memória dos Gritos passados e uma discussão da temática.
Após isso, às 10h20 haverá uma caminhada até a Ocupação Flores do Campo, uma comunidade emblemática de Londrina que, segundo o Padre Dirceu, representa a parte que a cidade não reconhece e nem absorve, onde vivem imigrantes haitianos, venezuelanos e bolivianos. A previsão de encerramento é 12h.
Texto: estagiária Raquel Cassitas sob supervisão