Situação se reflete nos acordos salariais, que têm perdido para a inflação
Adotado como referência das negociações salariais, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) acumulou 11,91% em doze meses, até junho, o segundo maior percentual acumulado em quase 20 anos.
A taxa em 12 meses perdeu apenas para o total de abril (12,47%). Antes disso, o INPC só foi maior em novembro de 2003 (12,76%). Com uma diferença: naquele período, primeiro ano do governo Lula, a inflação estava desacelerando. Tanto que nos anos seguintes se manteria sempre abaixo dos dois dígitos.
Agora, a situação se inverte. Com uma leve curva em abril, o índice se mantém acima de 10% há 11 meses, desde agosto do ano passado. A alta inflacionária se reflete nas campanhas salariais. Em maio, por exemplo, 54,5% dos reajustes ficaram abaixo da inflação, segundo balanço do Dieese. No ano, 44,7% dos acordos ficaram aquém do INPC, com reajustes médio de -0,78%.
Em junho, conforme divulgado nesta sexta-feira (8) pelo IBGE, o INPC teve alta de 0,62%, ante 0,45% em maio e 0,60% um ano atrás. Agora, soma 5,61% no ano e 11,92% em 12 meses – o que já supera o resultado de todo o ano de 2021 (10,16%, que já foi o maior resultado anual desde 2015). Todas as regiões tiveram alta no mês passado. Na Grande São Paulo, por exemplo, o INPC atinge 12,15%. As maiores taxas foram registradas nas regiões metropolitanas de Salvador (13,98%) e Curitiba (13,92%), e a menor, em Belém (9,36%).
Fonte: Redação Central Única dos Trabalhadores (CUT)