Contribuição previdenciária dos jovens de 20 a 29 anos caiu de 66,9% em 2012 para 64,1% em 2023
De acordo com mapeamento do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) entre 2012 e 2023, em todo país, ocorreu uma queda na contribuição previdenciária entre os jovens de 20 a 29 anos.
Nesse período, a taxa de contribuição desse grupo etário caiu de 66,9% para 64,1%. Para o grupo de 30 anos ou mais, a taxa de contribuição cresceu de 63,3% para 66,3% no mesmo intervalo.
Segundo a pesquisa, o aumento da informalidade foi o principal fator para a redução da contribuição entre os jovens. “Há indícios que um dos fatores para essa queda na proteção social dos jovens está ligada a uma menor admissão dos jovens em empregos com carteira de trabalho assinada e incremento da importância relativa do trabalho por conta própria e empregos sem carteira de trabalho”, diz o relatório.
O estudo também aponta que a maioria dos jovens desassistidos encontra-se no Rio de Janeiro, São Paulo, Pernambuco, Distrito Federal e Amazonas.
A pesquisa estima que, em 2023, a taxa de contribuição entre os jovens de 20 a 29 anos seria de 69,1%. Porém, no período analisado, a inserção de jovens com carteira de trabalho assinada no setor privado passou de 53,3% para 48,6%.
“A tendência de queda na contribuição previdenciária entre os jovens, em contraste ao incremento da proteção entre as demais faixas etárias, entre 2012 e 2023, levanta preocupações sobre a evolução da cobertura previdenciária no futuro, pois essas formas de inserção mais precárias, no início da trajetória laboral, podem afetar todo o futuro profissional desses jovens”, explica Rogério Nagamine, um dos autores do estudo.
Franciele Rodrigues
Jornalista e cientista social. Atualmente, é doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade Estadual de Londrina (UEL). Tem desenvolvido pesquisas sobre gênero, religião e pensamento decolonial. É uma das criadoras do "O que elas pensam?", um podcast sobre política na perspectiva de mulheres.