A inflação acelerou e subiu 1,01% na passagem de janeiro para fevereiro, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (11). É a maior taxa para o mês desde 2015. Com o resultado, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumula alta de 10,54% em 12 meses.
Analistas econômicos projetavam alta de 0,95% para a inflação em janeiro e 10,50% para o indicador em 12 meses, ou seja, o índice é maior que o esperado.
O indicador oficial de inflação permanece acima de 10% anuais pelo sexto mês seguido, o que aponta, segundo analistas, para um desafio a ser enfrentado pelo Banco Central quanto ao processo de conter a pressão inflacionária, causada sobretudo por choques externos.
O caráter de disseminação e persistência da inflação tem feito bancos e consultorias a elevarem as projeções para a Selic, taxa básica de juros da economia.
Reajuste dos combustíveis
O reajuste nos preços da gasolina, do diesel e do GLP, também deve se refletir no IPCA nos meses de março e abril, segundo analistas. Na avaliação de economistas, a inflação deve superar 7% no ano e pode chegar a 8%, caso o conflito entre Rússia e Ucrânia se prolongue.
Isso porque os preços das commodities — desde o petróleo até os grãos, como soja e trigo — dispararam no mercado internacional, o que pode ampliar a defasagem dos combustíveis frente o preço no mercado doméstico e ensejar novos reajustes, bem como afetar as produções agrícolas brasileiras e elevar os preços ao consumidor, em última instância.