As duas jovens registraram ocorrência contra o motorista de aplicativo suspeito de se masturbar durante a corrida, no último dia 13, no DF
Duas jovens foram vítimas de importunação sexual, segundo elas, cometida por um motorista de aplicativo, em Brasília, na noite do último dia 13, um sábado. O caso foi registrado em boletim de ocorrência na Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam) e é investigado pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF).
De acordo com uma das passageiras, de 24 anos, ela e a amiga, de 20, saíram de um evento na Torre de TV por volta de 23h50 e pediram um Uber. A viagem teria uma parada no final da Asa Sul e terminaria no Guará.
“Uma conhecida minha já tinha sido assediada por um motorista na semana anterior, então eu estava com medo de pegar Uber sozinha. Por isso, fomos juntas”, conta a mais velha das duas, que não será identificada nesta reportagem por motivo de segurança.
Poucos minutos depois de entrarem e se sentarem banco de trás do Ford Ka branco, a jovem de 24 anos notou que o motorista estaria se masturbando.
“Minha amiga estava mexendo no celular. Quando eu olhei para frente, percebi. Na hora não acreditei no que estava acontecendo. Comecei a ficar nervosa, gelou o corpo, e minha amiga percebeu. Olhei de novo e ele continuou com o movimento, aí confirmei que era isso mesmo. Estava com muito medo”, narra a jovem.
Foi então que a moradora da Asa Sul perguntou as horas, em voz alta, para que o motorista ouvisse. “Mas ele não parou. Até achei que ele teria algum objeto para ameaçar a gente, porque ele estava demonstrando muita tranquilidade”, diz.
“Eu não vi o membro, mas tenho certeza que era isso. Ele olhava para a minha perna, para a minha mão. Aí, consegui mandar mensagem para essa minha amiga: ‘Acho que ele está se masturbando’.”
Fuga
Na altura do Conic, o carro parou em um sinal vermelho. Foi o momento em que as duas conseguiram soltar os cintos, saltar do veículo e correr.
“Desci e falei: ‘Seu tarado nojento’. Aí, ele correu atrás da gente gritando para a gente voltar, repetindo que não estava entendendo nada e que éramos loucas. Atravessamos a pista e começamos a pedir ajuda”, relembra.
As vítimas conseguiram encontrar um bar movimentado no Conic e entraram no estabelecimento, pedindo socorro. “Eu chutei a grade e pulei, aí entramos. O segurança veio perguntar o que era, mas eu comecei a gritar e passar mal, porque o motorista veio atrás da gente. Mas, uma cliente que estava lá conseguiu entender o que estávamos tentando dizer e acionou os seguranças. Eles foram atrás, mas voltaram dizendo que não o encontraram”, relata.
As mulheres ficaram abaixadas na entrada do bar por volta de uma hora até que uma amiga foi buscá-las e levá-las em casa. “Depois vi que ele tirou a foto do aplicativo e soubemos que o carro não está no nome dele. Então, acho que já pode ter um histórico violento”, comenta.
Fonte: Redação Metrópoles