Para Néias, com absolvição dos dois supostos executores de Ana Carolina Juskow, crime continua sem resposta completa
O julgamento do feminicídio de Ana Carolina Juskow de Souza, realizado nesta terça-feira no Fórum de Londrina, terminou com a condenação de apenas um dos réus, o mandante do crime, Jhoni Cavalheiro Alves. O próprio Ministério Público pediu a absolvição de Leonardo Araújo Michelassi e Adelson Bonfim, acusados de serem os executores do feminicídio, por falta de provas, e os jurados decidiram seguir o entendimento do MP e também decidiram absolver os dois.
Jhoni, ex-companheiro da Ana Carolina, recebeu uma sentença de 31 anos e 8 meses de prisão. Entre as qualificadoras do feminicídio: motivo torpe, dissimulação e crime cometido na presença de descendente da vítima, que no caso era a filha de 2 anos que estava no colo de Ana Carolina.
Silvana Mariano, porta-voz do Observatório, avalia que quase 6 anos após o crime, o julgamento desta terça-feira expôs as falhas da investigação, que para ela levaram a uma solução incompleta do caso.
Para Neías, a defesa do mandante, Jhoni, buscou a todo momento relativizar o peso das ameaças feitas por ele a Ana Carolina, reveladas em prints de conversas de redes sociais. Além de tentativas de desqualificar a vítima e o depoimento da mãe dela.
Ainda de acordo com o Observatório, o julgamento revelou a ausência de perícias em celulares e notebooks dos envolvidos no caso e nem o copo utilizado pelos executores para beber a água oferecida por Ana Carolina, no dia do crime, foi periciado corretamente.
Silvana Mariano destaca ainda a revitimização dos familiares e faz críticas às estratégias usadas pela defesa.
Ana Carolina Juskow de Souza foi assassinada com dois tiros no dia 26 de setembro de 2017, no Jardim Atenas, zona norte de Londrina.
Fonte: CBN Londrina