Defesa do pai da menina, acusado de matar e enterrar o corpo da filha, pediu que julgamento fosse transferido para outra cidade, mas recurso foi negado pelo Tribunal de Justiça
O júri popular do caso Eduarda Shigematsu foi mantido para quarta-feira, dia 29 de março, em Rolândia. A sessão deve começar às 9h e ser realizada durante todo o dia. Ricardo Seidi, pai da menina e acusado de matar e enterrar o corpo da própria filha em abril de 2019, vai ser julgado por homicídio triplamente qualificado, falsidade ideológica e ocultação de cadáver. A avó de Eduarda, Terezinha de Jesus Guinaia, também vai ser julgada por falsidade ideológica. Mãe e filho negam as acusações. Os dois vão enfrentar o banco dos réus quase quatro anos após o registro do crime.
O júri popular pode colocar um ponto final num dos casos criminais mais emblemáticos da região norte do Paraná. Ele veio à tona quando o corpo de Eduarda foi encontrado enterrado nos fundos de uma casa de propriedade do pai dela. Seidi, que, junto com Terezinha, vinha divulgando que a filha estava desaparecida, inclusive com denúncia formal à polícia, foi preso logo após a descoberta do corpo.
Ele admite ter enterrado o corpo da filha, mas nega ser o responsável pela morte dela. Segundo o acusado, a menina foi encontrada já sem vida pendurada em uma corda na maçaneta de uma porta dentro da casa onde ela morava com a avó. Seidi afirma que Eduarda cometeu suicídio. A versão, no entanto, é desmentida por exames do IML, que apontam que a menina morreu por asfixia mecânica em decorrência de uma esganadura e não por enforcamento.
Durante o julgamento, o acusado terá a oportunidade de apresentar sua defesa. Testemunhas, tanto de acusação como de defesa, também vão ser ouvidas, assim como haverá a exposição das perícias realizadas pelo Instituto de Criminalística nas casas onde a menina teria sido morta e onde o corpo dela foi localizado. No ano passado, inclusive, o órgão precisou realizar novas análises nos locais após pedido da defesa de Seidi. A solicitação fez o júri, que originalmente tinha sido marcado para maio do ano passado, ser adiado.
A sessão voltou a ser agendada para 29 de março, mas, mais uma vez, correu o risco de um novo adiamento também por conta de um recurso apresentado pelos advogados do suspeito, que queriam que o júri fosse realizado fora de Rolândia. A solicitação, no entanto, foi negada pelo Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) em sessão realizada na última quinta-feira (23). Hugo Esteves, que atua como assistente de acusação e é advogado da mãe de Eduarda, ressaltou a importância de o júri ocorrer já na quarta-feira, e de a Justiça ter entendido que não seria necessário transferir a sessão para uma outra cidade.
Ele também disse não estar preocupado de a defesa de Seidi apresentar novos recursos à Justiça até a realização do julgamento.
A CBN também tentou contato com os advogados do acusado, mas não obteve retorno até o fechamento desta reportagem.
Fonte: CBN Londrina