Acusados de ajudar a planejar o atentado, eles viraram réus por duplo homicídio qualificado. Ataque completa um mês nesta quarta-feira
A Justiça de Cambé aceitou denúncia apresentada pelo Ministério Público (MP) contra os três homens acusados de envolvimento no ataque que deixou dois adolescentes mortos no Colégio Estadual Helena Kolody no último dia 19. Os agora réus vão responder pela prática de dois homicídios duplamente qualificados (por motivo torpe e pelo emprego de recurso que dificultou a defesa das vítimas), com penas previstas de até 30 anos de prisão para cada um dos crimes. Os suspeitos foram presos de forma preventiva ao longo das últimas semanas. O primeiro, de 18 anos, morador de Rolândia, foi detido na mesma semana em que aconteceu o ataque. Os outros dois foram detidos em Gravatá, no Pernambuco, e em Santo André, em São Paulo.
Os três são acusados de instigar e auxiliar o atirador a realizar o atentado. O planejamento teria ocorrido por meio de conversas em grupos virtuais da chamada deep web e nas redes sociais. Havia, inclusive, o risco de eles realizarem ataques semelhantes em suas cidades de origem. As suspeitas já tinham sido confirmadas pelo delegado de Cambé, Paulo Henrique Costa, em coletiva concedida no final do mês, logo após a conclusão do inquérito.
Vale lembrar que o atirador foi preso logo após cometer o atentado. O rapaz de 21 anos foi encontrado morto no dia seguinte ao ataque na Casa de Custódia de Londrina. Segundo a polícia, ele cometeu suicídio na cela onde estava detido separado dos demais presos e junto com um dos suspeitos que agora respondem criminalmente pelo ataque. Ele, inclusive, teria tentado impedir o colega, mas foi ameaçado por outros detentos e, com medo de represálias, acabou desistindo da ideia.
Os três réus devem ir a júri popular. A data do julgamento, no entanto, ainda vai ser definida pela Justiça.
O atentado à escola de Cambé gerou grande repercussão nacional. O ataque completa um mês nesta quarta-feira (19). As vítimas, Karoline Alves, de 17 anos, e Luan Augusto, de 16, eram um casal de namorados e conhecidos pelo trabalho social que faziam junto à Igreja Católica. A adolescente morreu ainda na escola. Já Luan chegou a ser socorrido com vida para o Hospital Universitário (HU) de Londrina, onde faleceu na madrugada seguinte ao ataque. Depois do episódio, diversas ações foram tomadas pela Prefeitura de Cambé e pelo Governo do Estado para melhorar a segurança de alunos e professores. A Polícia Militar, por exemplo, intensificou o patrulhamento nas unidades. Já o município implementou um programa para realizar reformas nas escolas e creches municipais, que vão receber muros mais altos, grades e até cercas elétricas. Também foi baixado um decreto com regras mais rígidas para a entrada e a saída de pessoas nas unidades. O programa, segundo o prefeito Conrado Scheller, conta com um investimento de R$ 2 milhões.
Fonte: CBN Londrina