Segundo o IBGE, a taxa de subutilização da força de trabalho é de 26,5%, isto é, cerca de 30,7 milhões de pessoas estão nessa situação de instabilidade laboral. Elas poderiam trabalhar e ganhar mais, produzir melhor e ter mais qualidade de vida. Agora, se formos cavar mais fundo nesse país de Bolsonaro, me coloco a questão, e os jovens, como vivem nessa situação? Como os jovens se inserem nesse mercado de trabalho? Isto é, temos uma taxa de desemprego alta, um ataque sistemático a educação e um custo de vida. Já viram como tá o preço do leite?
É uma preocupação estrutural que não nos colocamos. A educação e o trabalho. Qual país será herdado por jovens que quando entram no mercado de trabalho, se sentem inseguros, principalmente dada a dificuldade de encontrar trabalhos capazes de satisfazer suas qualificações, ou dos famigerados tipos de estágios que são formas de precarização do trabalho. A taxa de desemprego para os jovens entre 18 a 24 anos é de 22,8%, isto é, não são aqueles que estão se dedicando apenas a estudar, mas que queriam trabalhar por necessidade e não encontram trabalho.
Assim, temos uma economia estancada, que se recupera de forma desigual, com um governo que se preocupa apenas em inventar mentiras para encobrir a destruição do país. Esse país como disse em outras colunas, diminui os gastos com alimentação e merenda nas escolas. Aprova formas de precarização dos estudos. No Paraná, o bolsonarismo de Ratinho Júnior precariza as universidades públicas. As mazelas desse governo e do golpe tem tido impactos estruturais na sociedade brasileira e principalmente no mercado de trabalho. E quando falo dos jovens, me preocupa a perspectiva de médio prazo e da dinâmica de qualificação, estudos e melhoria da distribuição de renda. Pois, precarização do trabalho, pobreza e desemprego se retroalimentam, pessoas com capacidades desperdiçadas geram um país que entra numa depressão de longo prazo.
É nesse sentido, que é importante para ontem a luta contra Bolsonaro e o bolsonarismo, contra seu golpismo. E, retomar um projeto de país que repense um projeto de proteção social e retomada de investimentos públicos, mas também de fortalecimento da ciência e educação que pode gerar empregos de qualidade para a juventude. Nesses anos de golpe, retrocedemos e precisamos compensar nos anos que seguem, no entanto, precisamos parar de retroceder. E para isso precisamos superar a apatia reinante e retomar o debate público sobre um projeto de país.