Sincoval acredita que a nova rotina será absorvida com o tempo. Segundo o sindicato, insegurança jurídica e falta de condições de segurança no centro ainda atrapalham o comerciante para a flexibilização do horário de funcionamento dos estabelecimentos
Faz dois meses que a lei do chamado comércio 24 horas passou a valer em Londrina. O projeto, aprovado em meio a polêmicas e depois de três anos de muita discussão, autoriza o lojista a funcionar até de madrugada, mas só se ele quiser. Ou seja, a legislação não estipula novos horários, mas dá a oportunidade para que os estabelecimentos fiquem abertos até mais tarde. Ao longo deste tempo, entretanto, a adesão por parte do lojista do centro a possíveis novos horários foi tímida. Os locais só abrem até mais tarde em datas especiais. Foi o que aconteceu, por exemplo, na última sexta-feira (11), que antecedeu o Dia dos Pais. Na ocasião, a Associação Comercial e Industrial de Londrina (Acil) realizou uma feira no calçadão até as 22h, o que fez com que as lojas funcionassem até esse horário.
O presidente do Sincoval, que representa os lojistas, Ovhanes Gava, disse que também há casos isolados, de lojas de material de construção civil que passaram a abrir antes das 8h e de um ou outro estabelecimento dos demais setores do comércio que têm funcionado depois das 18h e, eventualmente, aos domingos. Segundo ele, a nova rotina ainda causa dúvidas e deve ser absorvida pelos lojistas com o tempo.
O projeto do comércio 24 horas foi aprovado com uma emenda que prevê que os horários diferenciados, após as 22h, por exemplo, deverão ser discutidos e acordados com o Sincoval e também com o Sindecolon, que é o sindicato que representa os trabalhadores do comércio. A lei também deixa claro que, caso sejam escalados para trabalhar até mais tarde, os funcionários terão direito a horas extras e intervalo para a janta. A condição, segundo ele, foi importante para trazer segurança jurídica ao funcionamento das lojas. Apesar disso, Gava explicou que muitos comerciantes ainda estão receosos e optando por manter os horários tradicionais. Também é preciso melhorar, de acordo com o presidente do Sincoval, as condições de segurança do centro e do transporte público, para fazer com que os clientes sintam vontade de ir às compras na região nos horários diferenciados.
Apesar de ainda causar muitas dúvidas entre os comerciantes, o presidente do Sincoval defendeu a manutenção da lei, destacando que ela foi importante para garantir o direito de escolha aos lojistas pelo melhor horário para o funcionamento dos estabelecimentos.
Fonte: CBN Londrina