Iniciativas trabalham com a visão do feminicídio como a ponta do iceberg da violência de gênero e uma responsabilidade de toda a sociedade
Identificar uma situação de violência e saber como reagir a ela contribui para mudanças na estrutura misógina e patriarcal da nossa sociedade e pode, inclusive, salvar a vida de meninas e mulheres. A fim de divulgar as diversas formas de violência de gênero existentes, o LESFEM (Laboratório de Estudos de Feminicídios) da Universidade Estadual de Londrina (UEL) iniciou a “Campanha LESFEM de Prevenção ao Feminicídio”.
A campanha está sendo divulgada nas redes sociais do laboratório, com uso de cards e vídeos, e utiliza linguagem coloquial com o intuito de alcançar um público amplo com a mensagem. A iniciativa trabalha com visão abrangente do feminicídio, presente nos diversos produtos e monitoramentos desenvolvidos pelo LESFEM, como o monitor de feminicídios no Brasil e o memorial às vítimas no Paraná (leia mais abaixo).
“A definição conceitual de feminicídio vai além do ato de matar, olhando para os contextos culturais, sociais e políticos que permitem e perpetuam essa forma de violência. Por isso necessitamos de uma abordagem que considere todas as formas de violência e discriminação que meninas e mulheres enfrentam, bem como uma compreensão das raízes profundas da desigualdade de gênero que torna o feminicídio possível”, destaca a socióloga Silvana Mariano, coordenadora do LESFEM. Confira as peças já divulgadas pela campanha no Instagram e no Linkedin do LESFEM.
Memorial às vítimas no Paraná
“Não são números, são vidas.” Assim começa o texto de abertura do memorial “A falta que faz”, criado pelo LESFEM em homenagem às vítimas de feminicídio no Paraná. Organizado pelo jornalista Reinaldo Zanardi, integrante do laboratório, o memorial busca resgatar as histórias dessas mulheres e homenageá-las por suas trajetórias, interrompidas de forma brutal.
Até o momento, o memorial conta com 61 homenagens, todas a vítimas de feminicídio em 2023. O intuito, porém, é abranger mulheres vitimadas desde 2015, ano da promulgação da lei do feminicídio (Lei 13.104/2015).
“Nesse espaço vamos contribuir para a garantia de que essas mulheres nunca sejam esquecidas, e que a dor de sua perda sirva como um catalisador para a mudança.”, diz o texto do memorial. Conheça no site: https://sites.uel.br/lesfem/a-falta-que-faz/
Extensão Universitária
Nesta quinta-feira (28), o LESFEM lançou seu projeto de extensão “Feminicídios: Prevenção e Enfrentamento no Estado do Paraná”, com evento no Anfiteatro Maior do CLCH da UEL. O projeto será desenvolvido em sete municípios da área de abrangência, em parceria com o Programa Universidade Sem Fronteiras-USF/SETI.
Os municípios são: Centenário do Sul, Guaraci, Ibiporã, Jaguapitã, Jataizinho, Londrina e Tamarana.
Além de todas essas ações, o LESFEM já implementou o monitor de feminicídios, atualizado constantemente com dados de todo o Brasil, e que já havia registrado, até agosto, 1.373 casos no país, 87 no Paraná e 8 em Londrina, incluindo feminicídios tentados e consumados.
Fonte: Assessoria de Imprensa