Trabalhadores apontam falta de espaço e insalubridade
A mudança da sede da SMAA (Secretaria Municipal de Agricultura e Abastecimento) do Parque Municipal Arthur Thomas, na zona Sul, para o prédio da Caapsml (Caixa de Assistência, Aposentadoria e Pensões dos Servidores Municipais de Londrina), no Centro Cívico, tem gerado insatisfação entre grande parte dos servidores devido às condições de trabalho.
A transferência ocorreu em junho último, mas de acordo com Fábio Molin, presidente do SINDSERV – LD (Sindicato dos Servidores Municipais de Londrina), a alteração do local estava sendo debatida há aproximadamente dois anos entre representantes do poder Executivo local e funcionários. Entretanto, não havia avançado em razão da falta de entendimento entre membros da administração.
Entre as principais queixas dos trabalhadores estão a falta de condições ergonômicas para desempenho das funções, insalubridade e espaço insuficiente para alocação de todos.
“O SINDSERV tem acompanhado a situação com bastante atenção e tem orientado os servidores a cumprirem a determinação de modo a garantir que não haja qualquer questionamento quanto a suas ações bem como nenhuma penalidade, porém, entendemos que caso ocorra qualquer prejuízo ao servidor quanto a sua saúde ou mesmo a perda de condições de execução dos seus trabalhos, o ato deve ser revisto”, orienta a liderança.
“No mesmo dia que tomamos conhecimento, o SINDSERV solicitou visita dos técnicos da saúde ocupacional da Prefeitura, que estiveram no local, para que verificação do espaço e se poderia receber os servidores dentro das condições de segurança, salubridade, ergonomia e posterior emissão de laudo, mas até o momento não recebemos o laudo”, complementa Molin.
Há vários anos, a Secretaria Municipal de Agricultura e Abastecimento e a SEMA (Secretaria Municipal de Meio Ambiente) estavam alocadas no Parque Arthur Thomas. Porém, um convênio estabelecido entre a pasta do Meio Ambiente e o IAT (Instituto Água e Terra) para aprimorar os serviços de licenciamento ambiental na cidade foi anunciado como justificativa para deslocar a Agricultura para outro prédio.
Em entrevista à Folha de Londrina, o secretário municipal do Ambiente, Andre Chen, afirma que o maior espaço para essas atividades foi uma exigência do IAT (Instituto Água e Terra) para a assinatura de um convênio no ano passado. Com a parceria, a DCA (Diretoria de Controle Ambiental) assumiu processos de licenciamento relativos a empreendimentos e atividades que antes estavam apenas a cargo do IAT.
O vice-prefeito e secretário municipal de Agricultura, João Mendonça, informou que o novo ambiente é provisório e rebateu as críticas sobre a falta de estrutura. Ele reconheceu que a mudança gerou “problemas internos”, mas os associou a “comodismo, muitas vezes”.
Questionado sobre a declaração, o Sindicato respondeu. “Não creio que esta fala seja direcionada aos servidores, visto que estes cumprem suas atividades dentro das previsões legais, bem como as determinações do chefe da pasta, não cabendo aos servidores a tomada de decisões de gestão e sim ao prefeito e seus secretários”, pontua.
Franciele Rodrigues
Jornalista e cientista social. Atualmente, é doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade Estadual de Londrina (UEL). Tem desenvolvido pesquisas sobre gênero, religião e pensamento decolonial. É uma das criadoras do "O que elas pensam?", um podcast sobre política na perspectiva de mulheres.