Resultado foi melhor em junho, mas insuficiente contra perdas. No semestre, 43% dos acordos perderam da inflação. Apenas 21% superaram INPC
Os acordos salariais no primeiro semestre deste ano tiveram, na maior parte, reajustes abaixo da inflação calculada pelo Índice Nacional de Preço ao Consumidor (INPC), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística(IBGE). A média no ano é de menos 0,80%. Apesar do resultado melhor em junho, há quase dois anos não se registra variação positiva mensal – a última vez que isso aconteceu foi em setembro de 2020, segundo levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socieconomicos (Dieese), divulgado nesta terça-feira (19).
De acordo com o acompanhamento do instituto, os reajustes abaixo da inflação representaram 43,4% do total na primeira metade do ano. Os equivalentes ao INPC somam 35,2%. E os acordos com índice acima da inflação são apenas 21,4%. Isso mostra a dificuldade imposta, entre outros fatores, pela inflação elevada, que continua próximos dos 12% (em 12 meses).
Setores e pisos
Entre os setores de atividade, a indústria tem a maior quantidade de acordos acima da inflação: 26,8%, ante 20% nos serviços e 15,7% no comércio. Nesse último, predominam os índices iguais ao INPC (53,5%). Nos serviço, 50,9% ficam abaixo.
Apenas no mês de junho, 37% dos reajustes tiveram ganho real (acima da inflação), no maior percentual desde setembro de 2020 (44%). Outros 37% foram equivalentes ao INPC, enquanto 26% ficaram abaixo. O índice médio foi de -0,58%. “O dado reflete alguma melhora nas negociações salariais, embora ainda insuficiente para resultar em um valor acima do INPC-IBGE”, observa o Dieese.
O valor médio dos pisos em 2002 é de R$ 1.489,98. Já o mediano (correspondente ao valor abaixo do qual está a metade dos pisos) está em R$ 1.388,50. Assim, ficam em 22,9% e 14,6%, respectivamente, acima do salário mínimo oficial. O maior valor médio está no comércio (R$ 1.515,22), e o menor, no setor rural (R$ 1.454,83).
Fonte: Redação CUT