Entre os municípios que elegeram, em apenas quatro as vereadoras serão maioria no Legislativo. Veja mapa interativo com a situação de cada cidade
Dos 399 municípios do Paraná, 63 não elegeram nenhuma mulher para a Câmara Municipal nas eleições de 2024. Levantamento do g1 feito a partir de dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mostra que quase 16% dos Legislativos Municipais não terão representante feminina a partir de 2025.
Todas as cidades paranaenses tiveram registro de mulheres disputando o cargo de vereador. Nas 63 cidades em que nenhuma foi eleita, por exemplo, eram ao menos 18 candidatas ao cargo, segundo o TSE. Confira a seguir mapa interativo com a situação de cada cidade.
As mulheres representaram 35% (11.178) das candidaturas para vereador apresentadas à justiça eleitoral no Paraná neste pleito. Dos 3.896 vereadores eleitos em 2024 no estado, 691 são mulheres, representando 17,7% do total.
Veja quais cidades não elegeram nenhuma mulher à Câmara Municipal:
- Almirante Tamandaré
- Araruna
- Araucária
- Ariranha do Ivaí
- Barbosa Ferraz
- Barracão
- Boa Vista da Aparecida
- Borrazópolis
- Braganey
- Brasilândia do Sul
- Cafelândia
- Califórnia
- Campo do Tenente
- Campo Largo
- Cândido de Abreu
- Cantagalo
- Colombo
- Corumbataí do Sul
- Diamante do Norte
- Farol
- Fênix
- Guaraci
- Guaraqueçaba
- Ibema
- Ibiporã
- Iporã
- Itaipulândia
- Itaperuçu
- Ivaiporã
- Ivaté
- Jaguariaíva
- Japurá
- Mallet
- Mauá da Serra
- Medianeira
- Miraselva
- Nova Esperança
- Nova Esperança do Sudoeste
- Nova Fátima
- Nova Londrina
- Nova Prata do Iguaçu
- Ortigueira
- Ouro Verde do Oeste
- Peabiru
- Pinhal de São Bento
- Porto Amazonas
- Porto Barreiro
- Porto Rico
- Presidente Castelo Branco
- Primeiro de Maio
- Rancho Alegre
- Rosário do Ivaí
- Sabáudia
- Salto do Itararé
- Santa Cruz de Monte Castelo
- Santa Mariana
- São João do Triunfo
- São Jorge do Ivaí
- São Pedro do Ivaí
- Sertanópolis
- Sulina
- Terra Boa
- Xambrê
Quantas vereadoras foram eleitas na minha cidade?
A quantidade de vereadores de cada Câmara Municipal é calculada a partir do número de habitantes da cidade. A Constituição Federal prevê que o Legislativo municipal tenha no mínimo nove parlamentares e no máximo 55.
Por exemplo, no Paraná, dos 399 municípios, 329 (82%) têm o número mínimo de nove cadeiras; a capital, Curitiba, tem 38 vereadores.
O levantamento do g1 analisou também a proporção de mulheres eleitas nas cidades paranaenses. Em apenas quatro elas serão maioria na Câmara Municipal a partir de 2025.
Mais mulheres na política
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as mulheres são maioria da população do Paraná e, conforme o TSE, do eleitorado do estado.
Como tentativa de equilibrar o número de candidaturas femininas e masculinas, lei de 1997 criou uma cota de gênero obrigatória: cada partido deve ter o mínimo de 30% e o máximo de 70% de candidaturas de cada gênero.
A presidente do Núcleo de Diversidade e Inclusão do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) e especialista em candidaturas femininas, Flávia Viana, afirma que ainda não é fácil para as mulheres e que elas são apenas sub-representadas na política.
Flávia cita que entre 183 países, o Legislativo do Brasil aparece no 132º lugar em relação à representatividade das mulheres. O ranking é feito mensalmente pela Inter-Parliamentary Union.
“Apesar de todas as ações afirmativas e da política de cotas, nós percebemos uma dificuldade muito grande que as mulheres enfrentam tanto para ingressar na política quanto para permanecer. O Brasil está atrás de países menos desenvolvidos. Na América Latina, hoje o Brasil ocupa o último lugar.”
Segundo a pesquisadora, a participação de mulheres na política contribui para a democracia e fomenta a criação de políticas públicas mais inclusivas. Na visão dela, uma das formas de combater a falta de participação feminina é lutar contra a violência política de gênero.
“Ter mais mulheres na política e representantes de outros segmentos sociais minoritários é ter uma política mais diversa. Uma política mais inclusiva, que resulta numa democracia mais qualificada e mais saudável”, diz.
Fonte: G1 Paraná