Resultado é proveniente de vazamentos, desvios e erros de medição. Índice subiu de um ano a outro e traz prejuízos para meio ambiente e bolso dos consumidores, segundo estudo
Estudo do Instituto Trata Brasil divulgado nesta quarta-feira (5) aponta que, no Paraná, mais de um terço (35,7%) de toda a água tratada foi perdida antes de chegar às residências em 2022, ano mais recente com dados disponibilizados.
Isso significa que, diariamente, em média, o volume de água perdido é suficiente para encher 305 piscinas olímpicas.
O resultado é a diferença entre a quantidade de água tratada pela companhia em comparação com o que chega na torneira do cidadão.
“Eles podem ser vazamentos visíveis, que são aqueles que afloram na superfície do pavimento, e temos também os vazamentos ocultos, que é quando uma tubulação se rompe embaixo do pavimento e fica ali durante dias, ou às vezes meses, vazando. E temos também as perdas comerciais, que são os furtos, os chamados ‘gatos’, e os erros de medição”, explica Luana Pretto, presidente executiva do Instituto Trata Brasil.
Em todo o país, a porcentagem de desperdício de água é um pouco maior que a paranaense: 37,78%. O índice caiu de um ano a outro – em 2021, a perda havia sido de 40,3%.
Em contrapartida, no Paraná o índice aumentou, passando de 33,75% em 2021 para 35,7% em 2022.
Tanto no estado, quanto no país os percentuais estão longe do estabelecido pelo Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) como aceitável, que é de 25%.
Há uma portaria da pasta que diz que o Brasil tem até 2034 para atingir esse índice, e no Paraná o Governo do Estado divulgou um decreto em que se compromete a alcançar o mesmo resultado, no mesmo período.
A representante do Instituto ressalta a importância da redução do desperdício para a preservação do meio ambiente.
“Há um impacto maior na bacia hidrográfica pra poder atender a demanda da população, que está crescendo, mas isso poderia ser evitado com a redução de perda de água – porque eu estou impactando no meio ambiente, na fauna, na flora, na vazão média daquele rio com essa captação e eu não estou entregando essa água para a população. É um problema ambiental”, exemplifica Luana.
Monitoramento
A Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) possui sensores espalhados por Curitiba e região metropolitana que alertam sobre indícios de vazamentos.
Os dados são acompanhados em tempo real em uma central de monitoramento.
“Nos preocupa muito o vazamento. Além da escassez hídrica, da água ser um bem finito, tem o custo inserido no vazamento: energia elétrica, o próprio produto químico [para o tratamento da água]… Esse é um trabalho que a Companhia vem buscando, essa redução, justamente pra que nós tenhamos a fatura mais justa possível para a toda sociedade”, afirma o gerente geral da Sanepar em Curitiba, Fábio Basso.
Fonte: G1