Fátima Beraldo defendeu a dissertação de mestrado no dia 17, na Prefeitura de Londrina
Com objetivo de levantar o modo como as lutas do Movimento Negro em Londrina têm contribuído para a formulação de políticas públicas direcionadas à inserção da população negra local, a gestora municipal de Promoção da Igualdade Racial, Fátima Beraldo, no dia 17, defendeu a dissertação de mestrado “Contribuições do Movimento Negro de Londrina na formulação de políticas públicas”.
O estudo, produzido no Programa de Pós-Graduação em Sociologia (PPGSoc) da UEL, sob orientação da professora Ângela Maria de Sousa Lima, foi desenvolvido com base em relatórios de conferências, atas, decretos e resoluções produzidas pelo próprio Movimento Negro. Os documentos, de acordo com a gestora, é um registro de que as lutas do coletivo potencializam ações afirmativas para a população negra.
“Considero como significativo o material produzido pelo Movimento Negro que registra as narrativas e os feitos históricos da pessoa negra em Londrina, na perspectiva de combater o racismo e a discriminação racial para além de empreender embates pelo reconhecimento e valorização da cultura negra e, ainda, apontar para a emancipação da população negra nos aspectos político, econômico, social e cultural”, acrescentou.
Sair dos muros da Universidade
A defesa foi realizada na Prefeitura de Londrina durante encontro do Café com RH, projeto desenvolvido pela Secretaria Municipal de Recursos Humanos (SMRH). “Realizar a defesa da dissertação num ambiente como a Prefeitura, que sai dos muros da Universidade, tem como pontos principais refletir sobre o papel da academia do ponto de vista da pesquisa, extensão e produção de conhecimentos, em especial, quando a Universidade se coloca numa dimensão democrática, republicana, cidadã, inclusiva e humana. Um outro ponto tem a ver com o compromisso da academia e o processo de pesquisa que envolve pesquisados/as e pesquisadores/as e quem, de fato, efetiva as políticas públicas, que é o caso deste estudo”, disse.
Contribuições
A pesquisadora sistematizou todo o material produzido no período de 2003 a 2022 pelo Movimento Negro em Londrina. Conforme Beraldo, os dados contribuem para refletir sobretudo quanto ao apagamento da história do negro em Londrina, bem como o lugar da pessoa negra na sociedade local. “E, a partir de tais constatações, apontar para a necessidade e urgência de formulação de políticas públicas de inclusão da população negra, principalmente, em espaços de execução”, finalizou Fátima Beraldo.
*Matéria da estagiária Victoria Luiza Menegon, sob supervisão.