No dia 14 de maio o deputado Renato Freitas vai realizar uma audiência pública para discutir o sistema penitenciário
Fonte: Brasil de Fato – Paraná
Familiares de pessoas que cumprem pena no sistema penitenciário do Paraná realizaram um protesto, na manhã de quarta-feira (24), em frente à Assembleia Legislativa e ao palácio do governo.
O movimento “Preso Tem Família” reivindica condições dignas e humanizadas nas unidades prisionais, além do direito pleno à visitação.
“Eles servem comida estragada e retiram os itens de higiene, roupas e cobertores que eu levo para ele. Nós, para conseguir visitar, passamos por constrangimentos num raio-x que não consegue diferenciar uma mulher grávida”, conta uma das manifestantes que não quis ser identificada. O grupo denuncia também o descaso no atendimento à saúde das pessoas presas.
De 2013 a junho de 2023, cerca de 17 mil pessoas morreram nos presídios brasileiros. Os dados, divulgados pela Folha de São Paulo e cedidos por órgãos do sistema prisional brasileiro, foram analisados pela Vital Strategies – organização internacional que atua junto a governos na recomendação de políticas públicas – chegando à conclusão de que 95% dessas mortes seriam evitáveis.
Rafaela Alves cumpre sentença no regime semiaberto e fundou o grupo “Guerreiras do Paraná” para auxiliar familiares de presos no estado. Ela conta que as pessoas presas sofrem opressões.
“Estamos pedindo pro governo dar uma atenção aos familiares. Estamos na busca por melhorias. Eu estou há 3 anos com tornozeleira, tenho 6 filhos, um deles autista, e a gente sofre por não ter oportunidade de emprego, de ressocialização…a gente quer mudar de vida, a gente não quer voltar pro crime, a gente quer um mundo diferente”, desabafa ela.
Audiência Pública
No dia 14 de maio o deputado Renato Freitas vai realizar uma audiência pública para discutir as demandas do sistema penitenciário do Paraná. O encontro acontece a partir das 9h, no Plenário da Alep.
Freitas participou da mobilização em apoio aos familiares. “Sabemos que a justiça no Brasil só funciona para punir os pobres e os pretos. Os criminosos de colarinho seguem livres e governando. Enquanto isso, as denúncias de tortura, maus-tratos e mortes de pessoas presas são abafadas pelo discurso punitivista que normaliza a desumanidade”, apontou Freitas.