A partir de 1º de maio, o Sindicato dos Bancários de Londrina e Região contará com nova diretoria. A chapa “O Sindicato é d@s Bancári@s” foi eleita, na última quinta-feira (13), com 99,6% dos votos. No total, 752 bancários e bancárias participaram do pleito.
A nova diretoria será formada por Laurito Porto Lira (Presidência), Dirceu Quinelato (Secretaria Geral); Eunice Miyamoto (Secretaria da Saúde); Leonardo Rentz (Secretaria Jurídica); Felipe Pacheco (Secretaria de Finanças); Valdemir Bibiano do Prado (Secretaria de Administração); Valdecir Cenalli (Secretaria de Organização); Danielle Ruza (Secretaria de Imprensa) e Ana Claudia Ribeiro (Secretaria de Formação).
Atuaram como mesários e fiscais dirigentes dos Sindicatos filiados à Fetec-CUT/PR (Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro).
Em entrevista ao Portal Verdade, Laurito, que atualmente é secretário de Formação da entidade e coordenador do Coletivo de Sindicatos de Londrina e Região, avalia a campanha e compartilha as expectativas com o mandato. Confira:
Portal Verdade: Poderia contar mais sobre sua trajetória no movimento sindical e, especificamente, no Sindicato dos Bancários? Quando ingressa? Com quais motivações? Quais os principais papeis/frentes já ocupados?
Laurito Porto Lira: Sou funcionário do Banco do Brasil S/A e ingressei no movimento sindical trazido pela Dulce (Dulcelina Silveira) diretora do Sindicato que me conhecia do tempo que atuava na saúde de Londrina como um dos primeiros membros do Núcleo de Apoio a Saúde da Família (o extinto NASF). Ela me colocou como delegado sindical do Banco do Brasil. Quando começam a ocorrer problemas na condução da direção do Sindicato na gestão 2015-2018, a Dulce e o Joãozinho (João Antônio Neto), diretor de Londrina na Fetec-CUT/PR , conversam comigo para ingressar na chapa que disputaria as eleições em 2018 contra a chapa liderada pelo Wanderley Crivellari.
Com a vitória da chapa na qual eu era candidato no cargo de secretário de Finanças fui indicado para o Conselho Municipal de Saúde (fui presidente na gestão 2021/2022), Coletivo de Sindicatos (atualmente sou um dos coordenadores) e para o Comitê Unificado de Londrina onde participei da organização e articulação com setores políticos da cidade que vão desde os movimentos sociais, sindicatos e atores políticos da gestão municipal e estadual. Como funcionário do Banco do Brasil fui indicado para ser o suplente na representação dos funcionários do estado do Paraná na mesa de negociação com o Banco do Brasil S/A desde 2019.
E nos últimos dois anos, enquanto suplente, participei mais ativamente indo nas mesas de negociação e participando dos pleitos eleitorais da Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil, a CASSI, do Fundo de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil a Previ e também nas eleições do CAREF (representante dos funcionários no Conselho de Administração do BB) na eleição de 2023.

Foto: Sindicato dos Bancários/Reprodução
Portal Verdade: E para concorrer à presidência neste pleito, quais foram as principais motivações?
Laurito Porto Lira: Em uma conversa com o Paulo Lima (aposentado do Banco do Brasil e ex-diretor do Sindicato) foi uma surpresa para mim que nunca no Bancários de Londrina um nome do Banco do Brasil chegou à presidência, mesmo tendo nomes como o do Paulo Lima que foi indicado nos seus últimos anos para estar na Fundação Banco do Brasil e do Paulo Bernardo (ex-diretor do Sindicato) e ex- Ministro de Telecomunicações.
Outro ponto era o dar continuidade ao projeto que se iniciou com o Felipe Pacheco (atual presidente) de melhorar o diálogo com a base e o Sindicato, conseguir, assim, os avanços necessários para a categoria em Londrina.
Portal Verdade: Quais as principais pautas que devem mobilizar a sua gestão?
Laurito Porto Lira: Estamos em um momento de transformação do mundo do trabalho. Precisamos entender essas transformações e como isso está afetando os trabalhadores e trabalhadoras que representamos, levar essas informações para eles e dessa forma buscarmos uma solução coletiva que melhor atenda as necessidades dos trabalhadores e garantir empregos diante da velocidade que essas transformações vêm ocorrendo. Além, é claro, de buscar mitigar os impactos que essas transformações vêm trazendo para a saúde dos trabalhadores e trabalhadoras da categoria.
Portal Verdade: Como avalia a adesão da categoria à eleição? Atendeu as expectativas?
Laurito Porto Lira: A adesão superou as expectativas, pois dos bancários presentes na base tivemos urnas itinerantes que passaram pelos locais de trabalho, nenhum bancário se recusou a votar e tivemos apenas três votos brancos. O que representou 0,4% da base que não aprovou a chapa. Assim, tivemos referendado o trabalho da direção por 99,6% dos eleitores para a nossa chapa.
Portal Verdade: Quais as expectativas com o mandato?
Laurito Porto Lira: Dos colegas que conversam comigo, esperam que o Sindicato esteja mais presente na base e esteja com a base e que o Sindicato seja o espaço acolhedor para todos e todas. E eu só posso esperar conseguir junto com os demais membros da direção eleita chegar a satisfazer essa expectativa que a base tem e que possamos ser esse espaço acolhedor para a categoria e que quando for necessário a organização e mobilização deles para conquistar nossas reivindicações todos e todas estejam conosco no momento oportuno.
Portal Verdade: Gostaria de deixar alguma mensagem para a categoria?
Laurito Porto Lira: Primeiramente, gostaria de deixar meu muito obrigado a todos e a todas, pois mesmo em uma eleição de chapa única, três votos em branco é algo muito baixo. Isso quer dizer que o trabalho desenvolvido pelos nomes que estão na chapa nestes sete anos ainda atende os seus anseios. E que vou me dedicar ao máximo, junto com os demais membros da direção para fazer jus a essa confiança que foi depositada nas urnas nesta última eleição no dia 13 de março.


Franciele Rodrigues
Jornalista e cientista social. Atualmente, é doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade Estadual de Londrina (UEL). Tem desenvolvido pesquisas sobre gênero, religião e pensamento decolonial. É uma das criadoras do "O que elas pensam?", um podcast sobre política na perspectiva de mulheres.