Em 2023, a Frente Antirracista de Londrina enviou uma delegação de cinco pessoas para o Congresso Nacional de Estudantes da União Nacional dos Estudantes (UNE) em Brasília, para acompanhar discussões sobre políticas afirmativas, juventude, bem viver e violência policial. Neste ano, conforme anunciado pelo Portal Verdade, o coletivo retorna a capital federal para protocolar demandas da cidade junto aos Ministérios.
Um dos requerimentos apresentados na última quinta-feira (16), foi o ofício do Instituto Federal do Paraná (IFPR), campi Londrina. O documento, preparado pela gestão do campus, foi entregue junto ao Ministério da Educação (MEC) e à Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (Setec), responsáveis por atender as solicitações dos Institutos Federais durante reunião com Carla Jardim, diretora de desenvolvimento da Setec e ex-reitora do Instituto Federal Farroupilha.
Segundo Natália Lisboa, presidenta da Frente Antirracista de Londrina, foram protocolados pedidos de verbas para custeio e funcionamento do restaurante, incluindo a compra de itens para a abertura da unidade, cujo prédio foi construído no ano passado.
Outro pedido importante foi a instalação de uma cabine de energia. Segundo Lisboa, o campi foi entregue com falhas estruturais, e devido ao forte calor, o instituto possui ar-condicionado em todas as salas, porém, a fiação elétrica atual não suporta o funcionamento simultâneo de todos os aparelhos, causando quedas de energia e desligamentos.
“Atualmente, a escola utiliza um sistema de rodízio para o uso dos aparelhos”, explica.
Além disso, foi solicitada a construção de uma quadra de esportes, já que hoje os alunos do IF fazem educação física na quadra de uma escola municipal.
Em resposta, Carla Jardim destacou que a prioridade máxima é garantir o atendimento nos RUs, enfatizando que a antiga gestão do IFPR não havia destinado verbas para alimentação em nenhum campus, deixando essa questão em segundo plano.
A diretora compartilhou que o presidente Lula instruiu o MEC e a Setec a resolverem o problema e que, com a assinatura do novo PAC, a construção de quadras e a oferta de alimentação tornaram-se prioridades. “Já identificamos 50 unidades para receberem recursos destinados a esses dois serviços, e o Paraná está entre as prioridades”, acrescentou Carla.
Para Natália, o encontro representa a continuidade do sonho das próximas gerações. “Quando falei do IF, me emocionei muito, pois através do Instituto Federal do Paraná Londrina, meu filho é calouro na UEL no curso de engenharia elétrica, já tem um currículo Lattes”.
Ela compartilha que seu filho participou de várias atividades no IF, como futebol, xadrez, inglês, espanhol e robótica, além de ter sido bolsista durante os quatro anos, o que lhe maior proporcionou autonomia financeira. A representante, que foi mãe aos 17 anos, posicionou a importância do Instituto para romper com as expectativas negativas impostas pela sociedade sobre mães adolescentes e seus filhos, especialmente no caso de jovens negros periféricos.
Matéria da estagiária Joyce Keli dos Santos sob supervisão.