Os estudantes do Colégio Estadual caminharam pela manhã até o Palácio Iguaçu, e tem previsão de nova caminhada a tarde
“Trabalhador, olha pra cá, eu tou na rua é pro seu filho estudar”, com esses gritos e com cartazes com frases como “O rato roeu a educação” e “geração Paulo Freire”, estudantes do Colégio Estadual do Paraná (CEP), maior e mais antigo colégio público do estado, iniciaram a greve estudantil na manhã de hoje (29).
O movimento, apoiado por unanimidade ainda na segunda-feira, pelos estudantes dos três turnos, critica o projeto de terceirização de 200 escolas públicas no Paraná, apresentado pelo governador Ratinho Jr para ser votado na Assembleia Legislativa.
“Seria contra a privatização das escolas, somos totalmente contra, mesmo que o CEP não esteja na lista, não é só uma questão do nosso colégio”, problematiza Caroline Reis da Silva, 17, diretora de cultura e diversidade do grêmio estudantil.
Os estudantes, que fizeram marcha pela manhã até o Palácio Iguaçu, e tem previsão de nova caminhada a tarde, afirmam que a mobilização no CEP ajuda a envolver outros colégios.
“Inclusive, criamos uma conta de Instagram, o Central das Escolas, estamos conseguindo engajar outras escolas. Estamos nos disponibilizando para apoiar o que for preciso, muitos estudantes estão vindo até a gente e está repercutindo bastante”, afirma Caroline.
Inevitável o comparativo de qualquer luta estudantil no estado, contra ataques neoliberais, foi a ocupação de 900 escolas públicas, em 2016, à época contra a reforma do ensino médio do governo Michel Temer, logo após o golpe parlamentar que derrubou a presidente Dilma Rousseff. “Ficou no histórico do CEP, é uma tradição, os professores sempre lembram, o Estadual sempre dá a cara a tapa, foi um ano muito importante o de 2016″, concorda Caroline. E acrescenta que o atual movimento, no CEP, já está envolvendo os estudantes:
“As pessoas estão se politizando com a nossa mobilização. A greve foi aprovada com unanimidade, em cada assembleia, várias pessoas se manifestaram, tivemos mais de 20 inscrições para falar, então estamos bem engajados, e estão surgindo, não sei se você viu, mobilizações no Paraná inteiro”, afirma Caroline.
Fonte: Brasil de Fato