Nas listas eleitorais do PSD, partido do governador Ratinho Jr, agora candidato à reeleição, há onze candidatos que têm ou tiveram problemas na justiça. Esse levantamento se baseia nas certidões criminais que os próprios candidatos apresentaram e carregaram no portal do Tribunal Superior Eleitoral. Entre eles estão ex-deputados envolvidos no escândalo do Diários Secretos, sete candidatos já investigados por improbidade administrativa, um que foi preso por porte ilegal de arma e uma pessoa condenada em primeira instância a vinte anos de prisão.
Nos próximos dias, todos os registros das candidaturas serão analisados pelo TSE, que poderá impedir os candidatos que não satisfazem todas as condições da Lei 64/1990 de concorrer às eleições.
Um desses candidatos é o ex-deputado federal Alex Canziani, que em 2016 votou a favor do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff (PT) e alguns meses depois votou a favor do arquivamento da denuncia por corrupção contra o então presidente Michel Temer (MDB). Canziani foi envolvido em vários escândalos, sempre sendo absolvido pelo Judiciário.
Em um desses julgamentos foi acusado de improbidade administrativa pelo suposto dano ao erário que teria causado quando era vice-prefeito interino de Londrina. Em um outro processo, foi acusado de ter recebido dinheiro de uma licitação fraudulenta da Comurb e de tê-lo usado na sua campanha eleitoral de 1999. Nos dois casos foi absolvido.
Outro deputado que teve problemas na justiça é Alexandre Curi, candidato à reeleição para a Assembleia Legislativa e que em 2022 se filiou no PSD em apoio a Ratinho Junior. Curi esteve envolvido no escândalo do Diários Secretos, uma série de reportagens da RPC e da Gazeta do Povo que revelou como a falsa nomeação de funcionamento de Alep era utilizada para desviar dinheiro público.
Assim como aconteceu com o deputado Nelson Justus (hoje candidato a deputado estadual no União Brasil), em 2020 a ação que denunciava Curi por crime de improbidade administrativa foi julgada improcedente pela Justiça.
Um outro deputado em busca da reeleição no PSD é Artagão Junior, que foi suspeito de improbidade administrativa por ter supostamente usado a gráfica da Assembleia Legislativa para confecção de cartões congratulatórios. Artagão foi posteriormente absolvido, porque a decisão sublinhou que “mesmo hipoteticamente se reconheça alguma irregularidade administrativa esta, se comprovada, possui natureza diversa do ato improbo”.
Luiz Claudio Romanelli também é candidato à reeleição na Assembleia Legislativa. Em 2015, a Justiça o condenou juntamente com o deputado Nereu Moura por atos de improbidade administrativa por ter supostamente contratado funcionários fantasmas na liderança do PMDB entre 2000 e 2001. Três anos mais tarde, o Tribunal de Justiça absolveu Romanelli do caso, enquanto Moura foi condenado. O
O último deputado que vai voltar a concorrer à Assembleia Legislativa do PSD é Reichembach, investigado por improbidade administrativa pela suspeita de ter contratado diretamente uma empresa sem licitação quando era prefeito do município de Francisco Beltrão. Em dezembro de 2021, a ação civil foi declarada improcedente.
Entre os novos candidatos que se apresentam pela primeira vez nas eleições pela Assembleia legislativa está também Moacyr Fadel Junior, ex-prefeito de Castro (PR) e que já teve vários problemas na Justiça. Em um desses casos, foi suspeito de ter favorecido a empresa Viação Cidade de Castro como prestadora dos serviços de transporte publico no município em troca do pagamento periódico de propina.
Em 2018, o ex-prefeito da cidade foi condenado nesse caso que agora, de acordo com as informações encontradas no Projudi, estaria em tramitação nas instâncias superiores. Por conta dos demais processos, a sua certidão judicial para fins eleitorais aponta que “constam processos com potencial de gerar inelegibilidade”.
Uma situação diferente é aquela do ex-prefeito de Piraquara, o Professor Marquinhos, que hoje é candidato pelo PSD na Assembleia Legislativa apesar de ter sido suspeito de improbidade administrativa no passado, mesmo que nunca tenha sido condenado.
Bem mais graves são as acusações contra Idu Marcelo Blaszczak, condenado em primeira instância a 20 anos de prisão por extorsão e associação criminosa. Blaszczak foi acusado de exigir parte dos salários dos funcionários do então vereador de Araucária Esmael Padilha. Esse dinheiro foi entregue a Padilha, que por conta disso foi condenado a 28 anos por a prática de rachadinha. Apesar das acusações e condenação em primeiro grau, Idu Marcelo Blaszczak é atualmente candidato à Assembleia Legislativa pelo PSD.
Nos candidatos a deputado do PSD também figura Valdecir Mello de Lima, que em 31 de março de 2009 foi preso por porte ilegal de um revólver Taurus calibre 357 Magnum e sete cartuchos usados apenas pelas Forças Armadas.
Fonte: Jornal Plural