Aparelhos celulares do assassino e do responsável por monitorar as câmeras onde o crime ocorreu devem ser periciados
Ao contrário do previsto pela Polícia Civil do Paraná, o inquérito que apura o assassinato do petista Marcelo Arruda não será concluído sem que os aparelhos celulares do autor do crime e do responsável pelas câmeras onde a tragédia aconteceu sejam devidamente periciados.
Em despacho publicado na tarde desta segunda (18), a Justiça da 3ª Vara Criminal de Foz do Iguaçu determinou que a PC-PR atenda parte dos pedidos formulados pelos advogados que representam familiares do petista e complemente as investigações com informações consideradas pendentes.
“Determino o retorno do inquérito policial à Delegacia de Polícia, via remessa off-line, para o urgente cumprimento das diligências investigativas requisitadas pelo Ministério Público, ressalvando que a aplicação do art. 16, do CPP, não afasta a observância dos exíguos prazos processuais na tramitação de inquéritos de indiciado preso”, despachou o juiz Gustavo Germano Francisco Arguello.
Jorge Guaranho, autor do atentado que matou Marcelo Arruda a tiros, foi indiciado no dia 15 de julho por homicídio duplamente qualificado. A delegada responsável pelo caso, Camila Cecconello, afirmou em entrevista coletiva que não haveria indícios suficientes para incriminar o autor por crime de ódio ou de violência política. A posição foi duramente criticada pelos advogados da família de Marcelo Arruda.
No último domingo (17), Claudinei Esquarcini, funcionário da Itaipu Binacional, que detinha o gerenciamento do sistema de segurança do clube palco do assassinato, cometeu suicídio. Dentre as queixas dos advogados dos familiares do petista, constam reclamações de que a delegada do caso não teria analisado o conteúdo dos aparelhos celulares, tanto do autor do crime quanto da pessoa que teria informado ao assassino o local da festa de aniversário de Marcelo.
“A extração integral dos dados contidos no aparelho celular do agressor, com posterior análise pelas equipes policiais, permitirá acesso, como já dito, à integralidade das informações e dados ali constantes”, destaca o promotor Tiago Lisboa Mendonça, ao acolher o pedido dos advogados.
Ainda em sua manifestação acatada pelo juiz titular da causa, Tiago Lisboa requereu urgência sobre as análises das imagens do sistema de videomonitoramento do local em que o crime ocorreu. “Já em relação ao gravador de vídeo digital, devidamente apreendido e encaminhado ao Instituto de Criminalística, após periciado, será possível, a priori, identificar todos os acessos remotos realizados, identificando aquele (ou aqueles) que tiveram acesso às câmeras do local no fatídico dia, bem como horário preciso.”
Para Ian Vargas, um dos advogados da família de Marcelo Arruda, a decisão do magistrado vai ao encontro do pleno estabelecimento da verdade sobre o fato. “Entendemos que a realização das perícias do celular são essenciais pois podem mostrar com quais pessoas Guaranho se comunicou no dia do assassinato da vítima. Desde o momento que soube da festa, até quando decidiu se dirigir ao local, e sobre quais circunstâncias em que isso aconteceu. A família e a sociedade precisam ter isso muito bem esclarecidos”, finaliza.
Fonte: Brasil de Fato