Testemunha confirmou que criança era agitada e que nunca percebeu sinais de maus-tratos. A principal suspeita é de que o garoto sumiu por conta de um descuido da mãe e do namorado dela
O delegado de Homicídios de Londrina, João Reis, ouviu nesta quarta-feira (14) a babá do menino Thiago Vinícius Procópio, de 2 anos, que teria desaparecido no último sábado (10) no Parque Daissaku Ikeda, na Usina 3 Bocas, na zona sul da cidade. O delegado voltou de férias e assumiu a investigação do caso, que, nos últimos dias, também contou com o auxílio das equipes do Sicride, o Serviço de Investigação de Crianças Desaparecidas. Os investigadores do setor especializado vieram de Curitiba e passaram os últimos dias em diligências na cidade. Mas, a partir desta quarta, o inquérito será tocado pelo delegado de Homicídios.
Reis disse que a oitiva da babá foi importante para confirmar que o menino era ativo e bastante agitado, o que já havia sido dito pela mãe da criança, Letícia Procópio Rocha, em depoimentos nos últimos dias. De acordo com o relato da mulher, Thiago desapareceu depois de um passeio que ela, o filho e o namorado fizeram no parque. Letícia conta que chegou a colocar a criança no banco traseiro do carro do companheiro, e que Thiago desceu do veículo sem que eles percebessem. Tanto é que o casal teria seguido de carro por cerca de 2 quilômetros e, assim que teria notado a ausência do menino, voltado ao parque para procurá-lo. Uma câmera de segurança de um bar que fica nas proximidades flagrou o momento em que o veículo vai e, minutos depois, volta em alta velocidade pela estrada. A gravação, segundo a polícia, vai ao encontro do relato do casal, assim como o depoimento da babá, que, conforme o delegado, confirmou que o menino apresentava sinais de autismo, o que explicaria o fato dele ser agitado, e que nunca percebeu sinais de maus-tratos na criança.
Reis disse que não descarta a possibilidade de coletar ainda mais depoimentos, e que, agora, espera pelo resultado das perícias que serão feitas no carro onde Thiago teria sido colocado antes de desaparecer e nos celulares da mãe do menino e do namorado dela. Em relação ao veículo, o delegado confirmou que será utilizado o luminol, um reagente químico que emite uma luz em contato com o sangue.
Ainda nesta quarta-feira os bombeiros retomaram as buscas aquáticas no Ribeirão 3 Bocas, que corta o Parque Daissaku Ikeda. As equipes trabalham com a hipótese de o menino ter caído na água depois de se perder. Os mergulhadores pretendem percorrer cerca de 16 quilômetros de curso d’água, até o rio Tibagi, atrás de pistas sobre o paradeiro da criança. O delegado de Homicídios disse que ainda mantém as esperanças de encontrar o menino com vida.
João Reis também pediu para que a população trate o caso com bastante calma e discernimento, sem julgar ou condenar a mãe de Thiago de forma precipitada pelo desaparecimento dele. Ele garantiu que, até o momento, nem a mulher nem o namorado dela são considerados suspeitos, e que a principal suspeita é de que a criança tenha desaparecido por conta de um descuido do casal. Caso isso fique comprovado, a mulher poderá responder criminalmente pela negligência.
Fonte: CBN Londrina