Há hoje 64 estudantes indígenas na instituição, que exigem condições estruturais e culturais para permanência
Desde o final de semana, estudantes e lideranças indígenas ocupam o prédio do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Universidade Federal do Paraná (UFPR).
Os cerca de 64 estudantes indígenas na instituição cobram da reitoria moradia indígena, o que é uma garantia econômica e cultural para permanência dos estudantes. Desde o primeiro dia da ocupação, os manifestantes afirmam que estão em negociação com a reitoria da UFPR.
“A implementação de um programa de moradia para acadêmicos indígenas na Universidade Federal do Paraná é uma medida essencial para garantir a equidade, apoiar a permanência estudantil, fomentar o intercâmbio cultural e reafirmar o compromisso com os direitos humanos”, afirma documento de pauta do movimento.
De acordo com Eloy Jacintho, liderança indígena em Piraquara, apoiador do movimento, não se trata de uma estrutura apenas como uma casa de estudante. A ideia é que contenha traços culturais e particulares. “É preciso alguma conexão com a realidade com os povos que estão ali, com certo espaço, não pode ser só um prédio, estou imaginando assim. Por isso o nome de “Maloca indígena”, afirma.
Já Jovina Renghha, também liderança indígena, afirma que a pauta por moradia indígena na universidade “já é de muitos anos, há mais de 30 anos fizemos o pedido, que ficou engavetado, a ideia agora é ter atividades culturais e de cultura indígena, que a Universidade Federal e todas eles precisam ter”, pondera.
Em live na página dos estudantes, Gislaine, indígena kaingangue, oriunda do Rio Grande do Sul, acadêmica indígena, presidenta do coletivo dos acadêmicos indígenas da UFPR, apontou as dificuldades que hoje essa comunidade estudantil passa – em vídeo nas redes sociais:
“Você precisa se alimentar, precisa de moradia e não tem esse auxílio. Então, passei por várias situações que me levaram a pensar: será que eu gosto do curso de Nutrição? A moradia indígena é importante porque precisamos desse apoio. Afinal, quantos permanecem?”, afirma.
Ela relata um percurso de preconceito por parte dos professores e ausência de condições, insegurança alimentar – o que justifica a necessidade da moradia estudantil indígena.
Outro lado
Na busca por respostas por parte da Assessoria de Comunicação da UFPR, a partir de email oficial, devido à justa greve dos técnico-administrativos, não pudemos receber resposta sobre o tema da moradia indígena. O espaço segue aberto para respostas.
Doações e apoio
Doações e apoio para o movimento podem ser realizados através do qr code:
Fonte: Brasil de Fato