Presidente da Assembleia admitiu propina de R$ 100 mil e responderá a processo no Conselho de Ética
O presidente da Assembleia Legislativa, Ademar Traiano (PSD), começou o ano legislativo de 2024 do mesmo modo como havia terminado 2023: em silêncio e fugindo da imprensa. Na primeira sessão do ano, Traiano não deu a entrevista coletiva que normalmente fazia antes de cada sessão plenária, e fez um caminho alternativo para nem sequer passar onde os repórteres o esperavam.
Após a revelação, no fim do ano passado, de que Traiano admitiu ter recebido propina de R$ 100 mil para renovar o contrato da TV Icaraí, do grupo Joel Malucelli, com a TV Assembleia, o presidente da Assembleia deixou de comparecer a eventos públicos e não fala mais com a imprensa. A alegação é de que não pode comentar o Acordo de Não-Persecução Penal que assinou com o Ministério Público porque o Tribunal de Justiça determinou sigilo sobre o processo.
Traiano, para não responder a um processo que poderia levá-lo para a cadeia, aceitou devolver o dinheiro com juros, multa e pagar uma punição: no total, ele e o ex-deputado Plauto Miró (União), que também recebeu a propina, pagaram cada um R$ 371 mil para se livrar do processo.
Na Assembleia Legislativa, Traiano deve responder a um procedimento no Conselho de Ética por quebra de decoro parlamentar. Ele foi denunciado ao Conselho pelo deputado Renato Freitas (PT). O presidente do Conselho, deputado Delegado Jacovós (PL), disse que assim que o caso for enviado pela Mesa Diretora, nomeará um relator e dará início aos trabalhos.
Fonte: Jornal Plural