Primeira mulher negra a ter o nome incluído na lista tríplice para a escolha de um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), a advogada baiana Vera Lúcia Santana de Araújo disse “confiar totalmente” no sistema de votação eletrônica do Brasil.
“Confio totalmente. Eu vivi a apuração com a cédula de papel e vivi a implementação da urna eletrônica. É uma coisa absolutamente primorosa. Se tem algo que o Poder Judiciário legou à cidadania brasileira de maneira absoluta é exatamente a votação na urna eletrônica que a Justiça Eleitoral conseguiu conceber, construir, consolidar e aprimorar aqui no Brasil”, disse Vera Lúcia em entrevista à coluna do jornalista Chico Alves, do UOL.
Na entrevista, Vera Lúcia disse que os ataques contra as urnas eletrônicas e ao sistema eleitoral do Brasil feitos por Jair Bolsonaro “assumem um tom que não deve ser o tom do presidente da República Federativa do Brasil”.
“Acho que o presidente, nas suas falas como pré-candidato, assume um tom que não deve ser o tom do presidente da República Federativa do Brasil. Então, naturalmente que a expectativa e perspectiva que a cidadania, que o mundo jurídico, que o Supremo Tribunal Federal — que constitucionalmente tem a responsabilidade de sugerir os nomes da lista tríplice —, é de que o seu discernimento seja na qualidade de presidente da República e não orientado, digamos assim, por uma fala de pré-candidato ao seu eleitorado”, avaliou.
A advogada também disse esperar que sua atuação contra o racismo e sua defesa da urna eletrônica não afetem na hora em que Bolsonaro for definir um nome para uma vaga na Corte. “Ante as minhas credenciais técnicas, processuais, profissionais, morais e éticas para ocupação do cargo, eu quero acreditar que de maneira republicana nenhuma injunção fora desse campo possa ter peso ou referência”, ressaltou.
Fonte: Brasil 247/UOL