Bolsa de Valores pediu explicações à estatal por conta de aumento nos valores de ações e volume negociado antes de anúncios importantes
Nesta quinta-feira a Assembleia Legislativa do Paraná aprovou em segundo turno a venda das ações da Copel pertencentes ao Governo do Paraná. A decisão de privatizar a estatal – que tem o controle da distribuição de energia elétrica na maior parte do estado – foi comunicada em Fato Relevante apresentado ao mercado e acionistas após o fechamento da Bolsa de Valores no último dia 21 de novembro.
Era esperado que o anúncio movimentasse a negociação de ações da empresa após ser tornado público. O histórico de negociações das ações na Bovespa, no entanto, mostram que a tendência de subida no valor das negociações da ação CPLE6 e no volume de negociações registradas aconteceu nos dias que antecederam o envio do comunicado ao mercado.
A ocorrência de negociações atípicas porém, não se limitou ao anúncio do último dia 21 de novembro. No último dia 24 de outubro a Bolsa do Brasil (B3) solicitou esclarecimentos da empresa por conta de negociações atípicas nos dias anteriores, quando o volume negociado das principais ações da empresa (CPLE3, CPLE6 e CPLE11) registrou alterações.
A empresa emitiu um comunicado de Fato Relevante depois do fechamento da Bolsa no dia 19 de outubro sobre a distribuição de lucros de R$ 970 milhões na forma de Juros sobre o Capital Próprio (JCP) a seus acionistas. No mesmo dia o volume negociado da ação CPLE6 foi de R$ 76 milhões no dia 18 para R$ 118 milhões.
Houve também uma alteração no padrão de negociação das ações da estatal no dia 31 de outubro, quando a Copel comunicou ao mercado que seu acionista controlador – o Governo do Paraná – estava realizando um estudo para desinvestimento. O dia seguinte ao anúncio registrou um aumento no volume de negociação e no preço da ação.
À B3 a Copel informou que “desconhece qualquer fato ou informação relevante ainda não divulgada ao mercado diretamente relacionados com a Copel ou com suas atividades que possa ter influenciado a oscilação – tratada como atípica pelo Ofício – de suas ações ordinárias”.
Além da Copel, a B3 também questionou a ocorrência de negociações atípicas na Sanepar nos dias anteriores a 1o. de novembro.
Fonte: Jornal Plural