Economista avalia que “Desenrola Brasil” vai ajudar consumidores com débitos maiores a recuperar crédito e com isso trazer alguma injeção de recursos no varejo da cidade
Um programa para ajudar quem se endividou nos últimos anos a sair do sufoco e para fazer a economia girar, voltando a dar crédito para quem conseguiu limpar o nome. O “Desenrola Brasil”, como foi batizado pelo governo federal, vai permitir o pagamento, em até 60 meses, de débitos que cheguem a, no máximo, R$ 5 mil reais.
Em Londrina, afirma o coordenador do Núcleo de Pesquisas Econômicas Aplicadas da UTFPR, professor Marcos Rambalducci, mais de 70% das famílias tinham alguma dívida em maio. Outro dado é que 95 mil londrinenses estavam com o nome negativado no mês passado, apenas se considerarmos o Serviço de Proteção ao Crédito da ACIL.
O economista diz que o programa só vale para quem recebe até dois salários mínimos e está inscrito no Cadúnico, o Cadastro para Programas Sociais do Governo Federal. Universo que corresponde a aproximadamente metade dos inadimplentes da cidade.
O programa, afirma Rambalducci, deve atrair muitos consumidores endividados, principalmente pelas condições oferecidas, como a taxa de juros de 24% ao ano. Mas, os impactos na economia da cidade, por conta da recuperação do crédito, vão se restringir a apenas uma parte dos devedores.
O economista afirma ainda que, em linhas gerais, o Desenrola Brasil deve trazer alguns benefícios para o varejo, mas diz não acreditar em grandes investimentos dos setores produtivos por conta do programa.
De acordo com o Ministério da Fazenda, o “Desenrola Brasil” começa a valer já a partir de julho.
Fonte: CBN Londrina