O ato dos servidores em Curitiba nesta sexta-feira,29, cobrando a data-base, exigindo a reposição salarial de 35,5% e relembrando o massacre de 2015 levou milhares de pessoas às ruas da capital. Diante do protesto, o governo se viu obrigado a conversar com uma comissão do Fórum de Entidades Sindicais (FES) que organizou o evento. A mediação foi feita pelo Deputado Professor Lemos.
O presidente do Sindprol Aduel, Ronaldo Gaspar, que é membro da coordenação do FES, participou da reunião que contou com a presença de representantes da Secretaria Estadual de Administração e Previdência, (Seap), da Secretaria da Fazenda (Sefa) e da Casa Civil. “Levamos nossas reivindicações como a defasagem salarial desde 2016, o destravamento das progressões e promoções e o pagamento da nossa data base, agora em maio. Eles ficaram de levar estas questões para o governador e marcar uma nova conversa em uma semana”, explicou Gaspar.
O presidente da Assuel, que representa os técnicos administrativos da Universidade Estadual de Londrina, Marcelo Seabra, comemorou a grande participação dos servidores no protesto. “ Ficamos muito tempo sem ir para as ruas por causa da pandemia e este foi o primeiro grande ato, o que representa uma resposta positiva da categoria por seus direitos. Vamos continuar lutando pela reposição e pagamento da data-base e caso o governo não avance nas negociações, não descartamos a realização de uma greve”, declarou Marcelo Seabra.
O protesto
Caravanas de todo o estado estiveram no ato protestando neste 29 de abril, contra o Governo do Estado que não paga a reposição dos servidores há seis anos .O ato também teve o objetivo de rememorar o massacre contra a categoria ocorrido em 2015. A data ficou marcada por conta de uma operação da Polícia Militar que usou bombas, gás lacrimogêneo, balas de borracha, spray de pimenta e confrontos violentos deixando um saldo de mais de 200 pessoas feridas. Os servidores estavam protestando por causa da aprovação de leis que mudaram o regime da Paraná Previdência, trazendo graves prejuízos para suas aposentadorias.
A APP foi o sindicato que levou mais participantes no protesto deste ano. Segundo a presidente da Entidade, que também é da coordenação do FES, Walkiria Mazetto, a maioria dos 29 núcleos regionais enviaram ônibus à capital. “Estamos aqui pela reposição que é a pauta que une todos os servidores. Os 3% oferecidos pelo governo é uma vergonha diante dos 35% de defasagem salarial. Queremos a nossa data-base e negociação do que nos é devido desde 2016.Vamos continuar cobrando no judiciário e também na pressão sob o governo até que ele pague o que nos deve”, declarou Mazzeto.
Texto: Elsa Caldeira – Portal V