A vacina contra a rubéola teve a pior cobertura de vacinação em 2022, com apenas 53%
O Brasil atingiu uma das menores médias históricas de vacinação contra rubéola em 2022. A cobertura foi de apenas 53% da população-alvo, indicando uma tendência de queda de vacinação no país. De acordo com o Ministério da Saúde, em 2019 a imunização contra a rubéola era de 93,1%. Já em 2021 os números caíram para 71,5%. A recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) é uma abrangência mínima de 95%.
Desde 2015, a rubéola é considerada erradicada do país, o que levou o Brasil a receber da Organização Pan-Americana de Saúde o certificado de área livre da circulação do vírus causador da doença. De janeiro de 2012 a dezembro de 2015 foram notificados 16.739 casos de rubéola. Todos foram encerrados pelo critério laboratorial ou vínculo epidemiológico. A queda dos casos coincide com a introdução da vacina dupla viral e a tríplice viral no Calendário Básico de Vacinação do Programa Nacional de Imunizações, a partir de 2001.
Ana Paula Aguiar, de 34 anos, teve a doença. “Começou com dores no corpo. Uma dor muscular inexplicável que atingia toda a musculatura, desde a perna até nos braços e nas costas. Em seguida, após essa dor começou a aparecer umas manchas na minha pele, manchas avermelhadas e isso passou a me incomodar e, também, a me assustar. O tratamento foi com antibiótico e anti-inflamatório. Fiquei nove dias em casa descansando e em repouso, tomando medicação e ficando hidratada para poder sair sem nenhuma sequela e, graças a Deus, sai sem sequelas”, comenta.
De acordo com dados disponíveis pela Unicef, duas em cada três crianças no Brasil não completaram a imunização contra sarampo, caxumba e rubéola ao longo do segundo ano de vida no ano passado. A tríplice viral tem a menor cobertura do calendário básico infantil.
De acordo com a médica Márcia Mizrahy, é preciso ter cuidado antes da gestação e ficar atento aos sintomas. “O grande problema da rubéola, e por isso devemos ter um cuidado muito grande na prevenção, é a rubéola que a gestante tem no início da gravidez e que pode deixar sequelas graves no bebê e, por isso, de toda a mulher ter o cartão de vacinas atualizado antes de pensar em engravidar. É uma doença teoricamente benigna, mas que na gestação pode ser muito grave para a mãe e para o bebê, deixando sequelas neurológicas, surdez, problemas visuais, cardíacos e cerebrais sérios”, explica.
Sintomas
A rubéola é uma infecção viral altamente contagiosa, que tem como características principais os gânglios linfáticos do pescoço aumentados e erupções vermelhas na pele.
Um número grande de pessoas infectadas não apresenta sintomas ou apresenta forma muito leve da doença, até difícil de ser diagnosticada. Contudo, mesmo as pessoas assintomáticas transmitem o vírus. A transmissão da doença ocorre de pessoa a pessoa através da saliva, tosse ou ao espirrar.
Vacina
A vacina tríplice viral, é aplicada em duas doses, sendo a primeira a partir dos 12 meses de idade e a segunda aos 15 meses. Adultos de 20 a 29 anos devem receber duas doses com intervalo de 30 dias entre elas, enquanto adultos de 30 a 59 anos recebem apenas uma dose.
No Paraná, a Campanha Nacional pela Vacinação iniciou no dia 14 e vai até 28 de outubro. As vacinas estão disponíveis de forma gratuita nos postos de saúde e são altamente efetivas na prevenção.
Fonte: Jornal Plural