Ferroviários do Reino Unido cancelam greve marcada para 15 e 17 de setembro e centrais divulgam notas de pesar
Morreu na manhã desta quinta-feira (8), aos 96 anos, a rainha Elizabeth II, que por mais de 70 anos ocupou o trono britânico.
Na página da família real no Twitter, que anunciou a morte, o filho mais velho, príncipe Charles, e sua esposa, Camilla Parker, já foram tratados como como rei e rainha consorte, apesar de uma formalidade: O conselho que vai proclamar Charles como o novo rei deve ocorrer um dia após a morte da monarca, no Palácio St. James. No mesmo dia, o primeiro-ministro irá ao Palácio de Buckingham para se encontrar com Charles. Logo em seguida, o monarca recém-empossado fará a turnê pelo Reino Unido.
“A rainha morreu tranquilamente em Balmoral nesta tarde. O rei e a rainha consorte permanecerão em Balmoral [o castelo, na Escócia, onde a rainha estava passando férias de verão] esta noite e retornarão a Londres amanhã”, disse postagem.
Além do herdeiro do trono, Elizabeth deixa outros três filhos, de seu relacionamento de 73 anos com o príncipe Philip, que morreu no ano passado: Anne, Andrew e Edward.
O funeral da rainha deve ocorrer dez dias após a morte. O corpo da rainha será enterrado na capela memorial Rei George 6º. O caixão ficará ao lado de onde está enterrado Philip, seus pais e sua irmã, princesa Margaret.
Sindicatos do Reino Unido lamentam morte e até suspendem greve contra alta da inflação
Em nota publicada no site do sindicato, RTM, os ferroviários do Reino Unido lamentam a morte da rainha e informam que cancelaram uma greve marcada para os dias 15 e 17 de setembro.
“A RMT se junta a toda a nação para prestar seus respeitos à Rainha Elizabeth”, diz trecho da nota assinada pelo secretário-geral da RMT, Mick Lynch.
“A ação planejada de greve ferroviária nos dias 15 e 17 de setembro está suspensa”, segue a nota.
“Expressamos nossas mais profundas condolências à família, amigos e ao país”, conclui.
O Reino Unido enfrenta greves há mais de um mês contra a alta generalizada nos preços e por reajustes salariais que reponham o poder de compra. Os sindicatos britânicos RMT, TSSA e Unite convocaram uma nova paralisação de funcionários ferroviários para agosto e novos protestos para setembro.
A central sindical do Reino Unido postou uma mensagem no Twitter enviando condolências à família real pela morte da rainha e dizendo que reconhece seus muitos anos de serviço dedicado ao país”.
O sindicato da educação e do serviço público do Reino Unido também postou uma nota de pesar em sua página no Twitter.
“Prestamos homenagem à rainha Elizabeth II, que serviu como chefe de Estado por 70 anos. Ela nomeou 15 primeiros-ministros e ao longo de seu longo reinado desempenhou seus muitos deveres com diligência e uma dedicação constante ao serviço público”, diz o texto.
O sindicato multissetorial Unite The Union: Join a Union, postou uma mensagem comparando o sofrimento da família real com o de famílias que perdem um pilar. “Como em tantas famílias, quando uma pedra e uma pedra angular são tiradas, há vazio e luto. Pensando na família da rainha hoje”, diz o post.
A rainha Elizabeth II nasceu em 21 de abril de 1926. Seu título era o de princesa de York e ela era a terceira na sucessão do trono britânico. Mas, em 1936, seu tio, o rei Eduardo 8º, abdicou do trono para se casar com a havia americana Wallis Simpson, que era divorciada.
O pai de Elizabeth tornou-se o rei George 6º quando ela tinha 11 anos e foi morar no palácio de Buckingham com os pais e a irmã caçula, a princesa Margaret, e começou a ser preparada para, um dia, assumir o trono.
Aos 21 anos, em 1947, Elizabeth se casou com Philip, um primo distante, por quem se apaixonou ainda menina. Em fevereiro de 1952, seu pai morreu prematuramente, vítima de uma trombose coronariana causada por um câncer de pulmão, aos 57 anos. Elizabeth tinha 25 anos. Após um ano de luto, ela foi coroada como Elizabeth 2ª, em uma cerimônia realizada na abadia de Westminster, em Londres, no dia 2 de junho de 1953.
Fonte: Redação CUT