A partir de denúncias, MP listou suspeitos de participação nos atos golpistas em Brasília em 8 de janeiro
A relação do Ministério Público do Paraná (MPPR) repassada ao Grupo Estratégico de Combate aos Atos Antidemocráticos, do Ministério Público Federal (MPF), tem o nome de 71 suspeitos de algum tipo de envolvimento com as ações golpistas de 8 de janeiro, em Brasília. O documento foi criado a partir de denúncias recebidas pelo órgão e não se limitou apenas à identificação de paranaenses.
Nos canais abertos pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) chegaram 140 denúncias. Em praticamente metade delas foram encontrados indícios de ligação com os atos – organizados e executados por grupos de extrema-direita defensores do ex-presidente Jair Bolsonaro.
O bando invadiu e depredou as sedes do Executivo, do Legislativo e do Judiciário, na capital Federal, em um movimento de recusa ao resultado da eleição de Luiz Inácio Lula da Silva como novo chefe de governo brasileiro. Ambientes inteiros dos palácios ficaram destruídos, e as imagens de vandalismo contra símbolos da democracia brasileira ganharam o mundo.
Participação nos atos golpistas
De acordo com o MP, dos casos encaminhados ao MPF, 24 foram de possíveis participantes ou executores de atos; 17 de supostos financiadores e 29 que teriam instigado ou incitado ilegalidade. Consta ainda o nome de uma autoridade do Rio de Janeiro que teria deixado de agir contra as ações ilegais.
O documento foi repassado diretamente ao MPF sem a publicidade dos nomes. Na semana passada, o Plural mostrou que pelo menos cinco políticos do Paraná foram detidos em Brasília por participação direta no esquema.
Outros 13 paranaenses constam no pedido de bloqueio de bens feito pela Advocacia-Geral da União à Justiça Federal de Brasília. O processo relaciona identidades de possíveis financiadores de ônibus que levaram caravanas a Brasília para os atos golpistas. Segundo a Polícia Rodoviária Federal, 33 ônibus deixaram o Paraná, de todas as regiões do estado, para se juntar aos grupos dos protestos ilegais no Distrito Federal.
Fonte: Redação Plural