O Conselho de Ética da Assembleia Legislativa do Paraná começa a ouvir as testemunhas apresentadas pela defesa de Renato Freitas (PT) na próxima segunda-feira (27). O deputado do PT é alvo de uma representação disciplinar movida pelo presidente da Assembleia, Ademar Traiano (PSD), chamado de corrupto na sessão plenária de 9 de outubro.
Uma das testemunhas arroladas pelo petista é Vicente Malucelli, cunhado do empresário Joel Malucelli e que, segundo se diz, seria testemunha fundamental em uma delação premiada envolvendo o contrato da TV Icaraí – atual responsável pela gestão da TV Assembleia. De acordo com a petição entregue por Renato Freitas ao Conselho, as outras testemunhas da defesa serão os deputados Requião Filho (PT), Ney Leprevost (União), Tadeu Veneri (PT) e o chefe do gabinete militar tenente coronel Robson Selleti.
A estratégia da defesa será demonstrar que as expressões usadas pelo deputado fazem parte do debate normal entre os parlamentares: “Esse tipo de debate mais acirrado, mais contundente, não é algo inédito, corroborando o que nós alegamos em defesa, de que houve de fato uma certa exacerbação de parte a parte, mas que isso faz parte da prática parlamentar”, afirmou o advogado Guilherme Gonçalves que representa o deputado Renato Freitas.
Por isso, na petição enviada ao Conselho a defesa juntou a taquigráficas de várias plenárias da Assembleia, ocorridas entre 2012 e 2023, e que supostamente representam casos parecidos com a cena protagonizada por Renato mas nas quais não houve instauração de processo disciplinar contra os envolvidos.
Depois da oitiva das testemunhas, serão organizadas outras cinco sessões ordinária para que o relator, Matheus Vermelho (PP), apresente seu parecer antes da votação, que pode levar esta representação disciplinar para dois caminhos diferentes: o arquivamento ou para algum tipo de sanção. Não se exclui a possibilidade da cassação do mandato, mas é muito mais provável que em caso de condenação seja aplicada uma pena mais leve, como a suspensão temporária do direito de fala, a suspensão do mandato por 60 dias ou simplesmente uma advertência.
Fonte: Jornal Plural