O caso correu durante o Dia Nacional de Luta contra a terceirização, na manhã desta quinta-feira 22
O Santander usa violência durante protesto pacífico de bancários para denunciar a terceirização praticada no setor bancário. O banco espanhol recorreu à Polícia Militar durante a atividade no Radar Santander, que agiu com brutalidade contra os trabalhadores.
“Mais uma atitude antissindical do banco espanhol Santander, que aplica as piores condutas com os seus trabalhadores, e hoje é o maior responsável por intensificar o processo de terceirização de seus funcionários e desrespeitar o acordo coletivo”, afirma Neiva Ribeiro, presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região e uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários.
O ato ocorreu durante o Dia Nacional de Luta contra a terceirização, na manhã desta quinta-feira (22). A atividade integra a Campanha Nacional dos Bancários 2024 (campanha salarial dos bancários) para cobrar dos bancos, além do fim da intermediação de mão de obra, a apresentação de uma proposta decente na mesa com a Fenaban, a preservação dos empregos bancários, melhores condições de trabalho e o fim do adoecimento causado pela imposição de metas abusivas.
“Estamos desde as primeiras horas da manhã em um movimento pacífico de diálogo com os trabalhadores, e o Santander acionou a Polícia Militar, que chegou com extrema truculência e agressividade, agredindo fisicamente as pessoas. Neste momento tem pessoas machucadas que precisaram recorrer ao ambulatório”, relata Lucimara Malaquias, secretária-geral do Sindicato, que estava no local durante os atos de violência.
A violência policial resultou em trabalhadores agredidos, inclusive mulheres. Enquanto isso, o banco espanhol não enviou nenhum representante para intermediar o conflito.
“A direção do Santander foi covarde. O banco é o principal responsável por essa atitude horrorosa de agressividade e truculência, que nós nunca tínhamos visto aqui. A polícia agiu de forma muito violenta e o banco, na sua omissão, contribuiu para que trabalhadores fossem machucados. O Santander terá uma resposta à altura. Não vamos recuar, Santander” afirma a dirigente.
Em todo o país, as atividades consistiram no retardo da abertura de agências e centros administrativos a fim de dialogar com os trabalhadores e a sociedade sobre as reivindicações dos trabalhadores, e expor a intransigência dos bancos que, apesar dos lucros bilionários, se recusam a apresentar uma proposta decente na mesa de negociação entre a Fenaban e o Comando Nacional dos bancários.
Na base do Sindicato dos Bancários de São Paulo, as atividades se concentraram no Radar Santander, onde ocorreram os episódios de violência, e no Geração Digital, ambos centros administrativos do Santander. Isto porque o banco espanhol vem promovendo um intenso processo de terceirização de trabalhadores, por meio da fraude na contratação.
“Fizemos uma ato pacífico durante a Campanha Nacional Unificada e, em mais uma atitude desrespeitosa, os trabalhadores são recebidos com gás de pimenta, choque e cassetete. É essa a postura de negociação que o banco vai adotar no Brasil?”, questiona Neiva.
A instituição financeira está transferindo seus funcionários para outras empresas do mesmo conglomerado, cada uma com um CNPJ diferente e vinculada a um sindicato distinto. É uma forma encontrada pelo banco para fragmentar seus trabalhadores – enfraquecendo a representação sindical – e reduzir direitos e remuneração.
O Santander está promovendo este processo desde o segundo semestre de 2021. E utiliza, para isto, empresas criadas para este fim, como STI, SX, Santander Corretora, F1RST, Prospera e SX Tools.
Além do Santander, o Itaú também vem terceirizando setores inteiros, como a Central de Gerentes, a Gerência de Atendimento ao Cliente, SAC, Pool de Qualidade das Agências digitais Personnalité, CHAT.
Fonte: CUT Brasil