Duas mulheres negras de importância histórica são o tema dos episódios iniciais da série documental “Libertárias – Mulheres Inspiradoras na História do Brasil” que serão exibidos com entrada gratuita nesta quarta-feira (13), às 19h, no Espaço Villa Rica (Rua Piauí, 211, Centro Histórico).
A atividade faz parte do projeto Sessão Londrina, que conta com patrocínio da Prefeitura, por meio do Programa Municipal de Incentivo à Cultura (Promic). A programação inclui os episódios “Dandara” e “Maria Felipa”, cada um com 50 minutos de duração.
Após a sessão, haverá um bate-papo com a participação do cineasta Rodrigo Grota, diretor da série, e das atrizes Thainara Pereira, que interpreta Dandara, e Luli Rodrigues, que interpreta Maria Felipa. A mediação será do jornalista Caio Julio Cesaro, curador do projeto Sessão Londrina.
Desenvolvida para o Canal Curta!, a série “Libertárias” é composta por oito episódios, também abordando as personagens Tia Ciata, Filipa de Sousa, Clara Camarão, Maria Quitéria, Narcisa Amália e Leolinda Daltro. A linguagem da série mescla depoimentos de especialistas, leituras de documentos históricos e obras ficcionais, reconstituições de época e material de arquivo. “Libertárias” é uma produção da Kinopus que conta com patrocínio do Governo Federal via FSA/BRDE/Ancine.
O primeiro episódio da Sessão Londrina desta quarta-feira conta a história de Dandara, guerreira que lutou pela liberdade do seu povo no Quilombo dos Palmares no século 17. Na sequência, o público terá a oportunidade de aprender mais sobre Maria Felipa de Oliveira, guerreira e marisqueira que combateu pela Independência do Brasil na Bahia do início do século 19.
Conforme o diretor Rodrigo Grota, a sua companheira e também cineasta Roberta Takamatsu teve a ideia que deu origem à série em 2016. “Inicialmente, queríamos abordar mulheres de diferentes épocas e áreas, e que representassem a diversidade da origem das mulheres brasileiras. Também queríamos que fossem biografias inéditas, e chegamos a esses oito nomes”, explicou.
Grota destaca que todas as mulheres abordadas na série sofreram um apagamento histórico, ainda mais acentuado nos casos de Clara Camarão, única indígena retratada na iniciativa, e das negras Dandara, Maria Felipa e Tia Ciata. “Tivemos dificuldade para encontrar documentos, textos e imagens relacionados a essas oito mulheres. Como solução, criamos cenas ficcionais que nos permitiram investigar aquilo que não encontramos em material de arquivo e também imaginar o mundo interior de cada uma dessas oito personagens”, frisou.
Ele ressalta que o maior desafio relacionado à produção de “Libertárias” foi encontrar uma estética específica para cada episódio e que dialogasse com o universo das biografadas. “Para cada episódio, fiz uma proposta estética diferente como resposta ao que encontramos em nossos estudos sobre aquela personagem”, salientou.
De acordo com o cineasta, o Canal Curta optou por estrear a série em novembro e, especialmente, exibir os episódios “Dandara”, “Maria Felipa” e “Tia Ciata” nesse mês devido às celebrações em prol da Consciência Negra.
“Eu acho isso muito positivo. Particularmente, sempre admirei a nossa herança da cultura africana e afro-brasileira. Fizemos um filme recentemente sobre o escritor Lima Barreto, o que só ampliou ainda mais a minha admiração e vontade de aprender com essa cultura. Vejo de forma muito positiva o feriado e o Mês da Consciência Negra, pois isso vai contribuir de forma decisiva para que mais pessoas tenham acesso a uma cultura tão fascinante e que é protagonista na gênese daquilo que entendemos como cultura brasileira”, concluiu.
Fonte: Blog Londrina