Videoclipe será lançado nesta sexta-feira (21) às 12h
Nesta sexta-feira (21), a artista londrinense Luli Rodrigues fará o lançamento de seu primeiro videoclipe solo. A rapper, MC e atriz, tem 24 anos e canta desde os nove. Nos últimos cinco anos, vem ocupando o cenário musical brasileiro, destacando-se nas batalhas de rap.
Em março, ela venceu o “Hemp vs V.O”, desafio de batalhas de rima entre a batalha do Hemp (Londrina) e Batalha da V.O (Maringá). Também está classificada para a batalha “Hip Hop in Hash”, que acontecerá no dia 06 de maio, no Iate Club em Londrina, e é uma das atrações locais convidadas para abrir os shows de artistas nacionais que cantarão no evento como Djonga, um dos nomes mais influentes do gênero na atualidade.
“O rap fez parte da minha adolescência e quando eu sentei para escrever um som, pela primeira fez, veio muito organicamente dentro desse gênero. A história do hip-hop enquanto resistência preta, tem tudo a ver com quem eu sou, não foi uma escolha. Estava ali, dentro de mim, o tempo todo”, conta Luli.
Ritmo da cultura hip hop, o rap é caracterizado pela valorização das rimas e conquistou maior projeção a partir da década de 1970, nos Estados Unidos. Desde então, tem sido difundido por diversas partes do mundo. Aliando música, dança, moda, grafite, entre outras expressões, a manifestação artística tem desempenhado papel preponderante para denúncia das múltiplas desigualdades sociais como o racismo.
Esta foi uma das principais motivações para a composição da música “White liste” que será disponibilizada amanhã a partir das 12h no canal do YouTube da artista (disponível aqui). “Inquietações acerca da solidão da mulher negra. DM [mensagem direta] do Instagram lotada de convites rasos, sem pretensão de afeto genuíno, enquanto esses mesmos caras apareciam publicamente com parceiras brancas”, destaca.
Para Luli, o hip-hop ainda é um gênero muito masculinizado, ou seja, a maioria das músicas são produzidas por homens que também são presença mais frequente nos espaços de batalha, mas ela considera que “a cena se transforma a cada dia” e mais mulheres têm despontado.
“A cena tem sido cada vez mais ocupada por mulheres, mas isso vem de um reflexo nacional, de mulheres com Maria, Lili, Lewinski e tantas outras que tem ganho repercussão nas batalhas e outras mulheres, como Tasha e Tracie, Mc Luanna, Nina, Slipmam, que vem dominando o gênero musical. Esse tempo dos homens está com os dias contados pois, nós minas estamos tomando o mic [microfone] e colocando nossa voz em alto e bom som”, avalia.
Luli é bacharela em Artes Cênicas pela Universidade Estadual de Londrina (UEL). Fez seu primeiro lançamento em 2021, o single Disparo. Enquanto aguardam o clipe, os fãs podem ouvir a música e outras composições no Spotify. Mais informações sobre a agenda da artista podem ser acompanhadas no Instagram @lulikaroline.
Franciele Rodrigues
Jornalista e cientista social. Atualmente, é doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade Estadual de Londrina (UEL). Tem desenvolvido pesquisas sobre gênero, religião e pensamento decolonial. É uma das criadoras do "O que elas pensam?", um podcast sobre política na perspectiva de mulheres.