De abril a junho, o número de trabalhadores ocupados no Brasil chegou a 101,8 milhões, maior registro da história
A taxa de desemprego no Brasil ficou em 6,9% no trimestre entre abril e junho. Resultado tão baixo como este havia sido registrado pela última vez no trimestre encerrado em janeiro de 2015. No mesmo período, o número de trabalhadores ocupados no Brasil bateu recorde, chegando a 101,8 milhões. O total de trabalhadores do país cresceu 1,6% (mais 1,6 milhão de pessoas) no trimestre e 3,0% (mais 2,9 milhões de pessoas) em um ano.
Considerando os dados da pesquisa, a taxa de desemprego de hoje é a metade da verificada em março de 2021, durante a pandemia de covid-19, quando ficou em 14,9%. Também é 1,1 ponto percentual menor do que a verificada há um ano, quando estava em 8% e 1 ponto mais baixa do que no trimestre anterior, de janeiro a março. Naqueles três meses, o desemprego era de 7,9%.
O índice foi divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira (31). Ela é medida pela Pesquisa Nacional de Amostra de Domicílio Contínua (Pnad Contínua).
“Esses recordes de população ocupada não foram impulsionados apenas neste trimestre, mas são consequência do efeito cumulativo de uma melhoria do mercado de trabalho em geral ”, explicou a coordenadora de pesquisas domiciliares, Adriana Beringuy.
A população desocupada à procura de trabalho caiu para 7,5 milhões de pessoas, o menor desde fevereiro de 2015. Isso representa uma queda de 12,5% (menos 1,1 milhão de pessoas) no trimestre e de 12,8% (menos 1,1 milhão de pessoas) no ano.
Salário
No trimestre encerrado em junho, o rendimento médio real das pessoas ocupadas foi de R$ 3.214, com alta de 1,8% no trimestre e de 5,8% na comparação anual. Com isso, a massa de rendimentos chegou a R$ 322,6 bilhões, novo recorde da série histórica.
“O aumento do rendimento está sendo impulsionado pela expansão do número de trabalhadores em diversas atividades. Essa expansão disseminada entre as diversas atividades econômicas é bastante importante, porque acaba beneficiando tanto os trabalhadores em ocupações de maior renda quanto aqueles de menor rendimento”, complementou Beringuy.
Desalentados
A população desalentada – aquela que desistiu de procurar trabalho – recuou para 3,3 milhões, baixando ao menor número encerrado em junho de 2016. O número é 9,6% menor (menos 345 mil pessoas) do que no trimestre passado e 11,5% (menos 422 mil pessoas) do que há um ano. Com isso, o percentual de desalentados baixou a 2,9% do total da força de trabalho.
Para a coordenadora de pesquisas domiciliares do IBGE, “a redução do desalento pode estar relacionada à melhoria das condições do mercado de trabalho como um todo, possibilitando que esse contingente retorne para a força de trabalho. E como estamos vendo uma redução da população desocupada, essa redução do desalento provavelmente está sendo proporcionada pelo aumento da ocupação”.
Caged
Na terça-feira (30), o Ministério do Trabalho divulgou que o Brasil fechou o mês de junho gerando 201,7 mil empregos com carteira assinada. O número foi 29,5% maior que no mesmo mês do ano passado.
O balanço é do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).
No acumulado do ano, o saldo foi de 1,3 milhões empregos e, nos últimos 12 meses, o saldo é de 1,7 milhões de empregos.