Pesquisa mundial revela que redes sociais e jornalismo se firmaram no trabalho remoto mesmo após queda drástica nos casos de Covid-19.
A pandemia inseriu de forma definitiva as redes sociais na relação entre jornalistas e fontes, como mostra uma pesquisa realizada em oito países da América Latina pela agência de relações públicas Latam Intersect.
O uso das redes sociais em nível profissional é visto por 62% dos participantes da pesquisa como o maior e mais duradouro impacto da pandemia.
Embora a metade dos entrevistados tenha declarado que usa a mesma conta de mídia social para comunicações pessoais e profissionais, 11,4% se disseram aborrecidos quando um profissional de assessoria de comunicação os contata por meio da conta pessoal.
E 45,8% citaram como problema o recebimento de informações “dia e noite” por canais diferentes , enquanto 50% demonstraram irritação com o conteúdo irrelevante enviado por assessorias.
A pesquisa ouviu 400 profissionais de imprensa no Brasil (36% da amostra), México, Chile, Colômbia, Peru e outros países da América Central e Caribe.
Outra constatação do estudo é a variação das esperanças, conforme a faixa etária, de um retorno aos padrões de trabalho jornalístico pré-pandemia.
Sem quebra por idade, 60% dos jornalistas acreditam que retornarão gradualmente às redações e aos eventos presenciais. O percentual é quase o dobro dos que acham que nada será como antes (31%) – um sentimento que é mais forte (38,6%) entre os profissionais abaixo de 35 anos.
Porém, 57,6% dos jornalistas entrevistados continuam trabalhando principalmente de casa.
Estresse é maior entre as mulheres
Em 2021, quase a metade (48%) dos pesquisados descreveu o trabalho de casa como “estressante”, já que eram pouco equipados em termos de infraestrutura e organização, salienta a Latam Intersect.
Mulheres e jovens são os mais afetados. O percentual de entrevistadas que relatou aumento de estresse no local de trabalho nos últimos dois anos é 10% superior ao dos homens (43,3% contra 33,7%).
E 46,6% dos entrevistados com menos de 35 anos admitiram que as tensões cresceram, enquanto entre colegas acima dessa faixa a percepção é a mesma para pouco menos de 30%.
Expansão do trabalho de brasileiros no exterior
O número de profissionais que vivem no Brasil, mas trabalham para o exterior aumentou 491% entre 2020 e 2022, conforme pesquisa exclusiva da Husky, plataforma que facilita o recebimento de transferências internacionais.
Os brasileiros da área de tecnologia da informação são os mais requisitados pelas empresas estrangeiras, mas profissionais de outras áreas também passaram a ser procurados para esse modelo, como designers, influenciadores digitais, e streamers.
O total de profissionais que trabalham do Brasil para empresas do exterior pode ser maior, pois nem todos usam a plataforma que fez a pesquisa. Para especialistas, o movimento reflete a consolidação do home office e a mudanças nas leis trabalhistas, como as que permitiram o trabalho híbrido.
Fonte: Redação Portal Vermelho