Para a presidente Manuella Mirella, a reforma universitária precisa focar na adaptação aos desafios atuais e à recomposição orçamentária
A presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Manuella Mirella, afirmou que o retorno das aulas nas universidades federais, após mais de 60 dias em greve, precisa trazer uma “mobilização permanente” para uma reforma universitária.
Ao Metrópoles, ela disse que esse processo tem que ser focado na adaptação das instituições de ensino superior aos “desafios da atualidade e da recomposição orçamentária”.
“Para a UNE é muito importante a mobilização pela recomposição do orçamento da educação”, frisou Mirella.
Segundo ela, o contexto dos últimos anos gira em torno de um “desmonte” da educação brasileira durante os governos de Michel Temer (MDB) e Jair Bolsonaro (PL). E mesmo na gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a cobrança não deve parar.
A líder da UNE disse que é necessário que o Ministério da Educação (MEC) apresente uma proposta que posicione “as universidades no centro do projeto de reconstrução nacional, com financiamento que esteja de acordo com o tamanho desta responsabilidade”.
Fim da greve de professores das universidades e dos IFs
No último domingo (23/6), os docentes das universidades federais decidiram pôr um fim à greve, de acordo com comunicado do Comando Nacional de Greve da Greve Docente Federal. A assinatura do acordo com o governo será feita nesta quinta-feira (27/6).
Como informado pelo Metrópoles, os professores das universidades e institutos federais terão até 3 de julho (próxima quarta-feira) para saírem da greve, que dura mais de dois meses.
A greve chegou ao fim após o governo não ceder aos pedidos dos docentes para o ano de 2024 e anunciar R$ 5,5 bilhões em investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para universidades e hospitais universitários.
Ao ser questionada se os estudantes podem ser prejudicados pela paralisação dos docentes, Manuella Mirella afirmou que essa não é uma resposta “simples” e que, dada as particularidades dos campus, regiões e instituições, a UNE acompanha ao lado dos centros acadêmicos e Diretório Central dos Estudantes (DCE) a situação “para identificar os impactos da paralisação”.
Desta forma, a ideia é responder “caso a caso”, de acordo com a líder do movimento estudantil. Além disso, ela acrescentou que, no momento, o ideal é avaliar cada instituição individualmente. Além disso, ela acredita que um semestre “mais enxuto” não deve ser o ideal.
Fonte: Metrópoles