Conteúdo foi disparado a celulares de pais e responsáveis de alunos e falava de manifestações repletas de violência, indicando que os estudantes estariam em risco.
A Secretaria de Educação do Paraná enviou a mais de dois milhões de pessoas vídeo contra a greve dos professores da rede pública. A informação é da própria pasta e só foi divulgada nesta terça-feira (2), quase um mês após questionamentos da RPC sobre o envio.
O vídeo foi disparado em meio à greve dos professores em junho deste ano. A paralisação durou três dias e buscou principalmente tentar frear o avanço na Assembleia Legislativa do projeto de lei que autorizou terceirizar a gestão de 204 colégios estaduais.
O vídeo foi enviado ao celular de pais e responsáveis pelos alunos. Segundo a secretaria, foi disparado para 4.076 remetentes via WhatsApp e 2.103.805 remetentes via SMS. A ideia partiu do Gabinete e das diretorias da pasta.
Somados, os gastos com os disparos passaram de R$ 190 mil, de acordo com a secretaria. A pasta diz que não houve custo adicional e que os valores já fazem parte de contrato com a Companhia de Tecnologia da Informação e Comunicação do Paraná (Celepar).
Na época do envio, a RPC fez as seguintes perguntas à secretaria:
“Nós temos que falar a verdade para os pais. Se o pai concorda… Ninguém impediu de enviar seus filhos para o movimento, mas a gente só queria comunicar que tenham ciência de onde os seus filhos estarão. Mas a decisão sempre é dos pais”, disse Miranda.
O vídeo falava de manifestações repletas de violência e que filhos e filhas estariam em risco.
O número que disparou a mensagem é o mesmo utilizado pela Seed para a comunicação com os pais.
Roni Miranda afirma que, na época, a secretaria mandou mais de um vídeo para pais e responsáveis depois que o movimento estudantil anunciou adesão à greve dos professores. Segundo o secretário, o objetivo era garantir a integridade dos estudantes.
“No que tange aos materiais que foram enviados, eles trazem a convocação dos pais que enviem seus filhos à escola e que tenham cuidado e zelem pela integridade física de seus filhos e que eles estejam cientes de em quais movimentos, em quais situações seus filhos estarão envolvidos”, argumentou.
O explicou que a decisão de enviar o vídeo foi coletiva, de uma equipe criada para gerenciamento da crise com o sindicato com os professores, e que não houve violação de dados protegidos de pais e alunos.
O secretário confirmou ainda o afastamento de quatro diretores por abandono das escolas durante a greve. De acordo com ele, o governo estadual descontou 3 dias parados de quase 27 mil professores que aderiram ao movimento.
“O desconto em folha foi porque o sindicato levou os professores a uma greve que estava suspensa pela Justiça. No governo do Paraná nós temos o hábito de cumprir ordem judicial”, disse.
Fonte: G1